Começa a recessão sexual, a onda da negatividade do sexo
O sexo já não é o que era, pelo menos segundo um número crescente de autores. Está chegando uma nova onda de "negatividade sexual" em resposta aos estigmas e ansiedades geradas pelo hedonismo e pela ideia do sexo livre. A hipersexualização, especialmente no Brasil, contribui para que as pessoas se sintam culpadas ou inferiorizadas por não ter relações sexuais sem amor ou se envergonhem de seus sentimentos amorosos. A recessão sexual é um movimento contrário à ideia de satisfazer o apetite sexual sem nenhum limite.
Descenso da porcentagem de estudantes sexualmente ativos.
Não existem muitos dados que demonstrem cabalmente a recessão sexual. A revista acadêmica "Archives of Sexual Behavior", percebendo esse movimento, publicou um estudo mostrando que aqueles da geração nascida entre 1990 e 1994 tinha 15% de seus membros sem ter relação sexual. Há poucos anos, esse percentual era de 6,3%. O número daqueles que não querem ter relação sexual sem amor, na faixa dos trinta anos, mais que dobrou. Há outra pesquisa mostrando o sexo entre universitários europeus e norte-americanos. Aqueles que praticavam o sexo sem amor era de 54%. Caiu para 41%.
Os "puriteens" avançam.
"Puriteens" é a contração em inglês das palavras "puritanos" e "adolescentes". Surge para se contrapor à cultura baseada em acumular encontros esporádicos sem necessidade de vínculos emocionais (a cultura "hook-up"). O campo de batalha entre puriteens e hook-ups é o TikTok. A ideia é não gastar energia em conexões sem nenhum tipo de valor. O sexo se tornou algo tão fácil como abrir um app. O maior argumento é que passaram a ter vergonha do sexo com amor e que tinham de dar um basta a esse exagero.