Dedo obsceno. Quando mostrar o dedo do meio virou agressão
"Até tu, ministro Queiroga?", diriam os romanos. O tido e havido circunspecto ministro da saúde mostrou o dedo do meio para manifestantes em N.York. Sucesso imediato nas redes sociais. Mandar o outro você sabe para onde, tornou-se garantia de aplausos no Brasil da "nova política" (mais velha que Matusalém). Mas, de onde vem esse costume?
Macacos mostram o pênis.
Antropólogos sustentam que o gesto de mostrar o dedo do meio, adotado pelos humanos, teve sua origem nos primatas. Os macaquinhos mostram o pênis ereto para seus inimigos como forma de intimidá-los. Mais "civilizado", os humanos passaram a mostrar o dedo, substituindo o bilau.
Aristófanes mostra o dedo na peça "As Nuvens".
O primeiro registro escrito no ocidente da utilização do dedo do meio para agredir adversários está na peça teatral "As Nuvens". Em um dos diálogos, o personagem Estrepsiades faz uma piada comparando o dedo do meio ao pênis.
"Digitus infamis", o dedo obsceno dos romanos.
Da Grécia, a ofensa chegou a Roma. Era conhecida como "digitus infâmis", o dedo obsceno. Há quem sustente que Calígula, o imperador mais obsceno da história, obrigava seus súbditos a beijar seu dígitus infâmis. Uma tremenda humilhação, típica de quase todos reizinhos de qualquer país. De Roma, o dedo obsceno tornou-se um símbolo universal. Os defensores do ministro garantem que ele está com artrite, e só consegue saudar os brasileiros com o digitus infamis. A notícia de última hora de que o ministro testou positivo para a covid leva a todos a lhe desejarem rápida recuperação.