Derivados do ópio e tarja-preta matam mais que acidentes
Uma investigação publicada pelo New York Times descortinou o que muitos imaginavam: a cifra oficial de mortes por overdose de derivados do ópio e medicamentos legais (que denominamos tarja-preta) está entre 59.000 e 65.000 pessoas em 2016 nos EUA. Ainda que não exista esse estudo no Brasil, a suspeita é a mesma que existia antes desse estudo nos EUA: temos um elevadíssimo numero de mortes por overdose.
O estudo foi realizado pelos jornalistas que consultaram os dados de centenas de centros médicos do país. Eles afirmam que nos últimos três anos, as mortes por overdose ultrapassaram as causadas por arma de fogo, AIDS e acidentes automobilísticos. Garantem que as campanhas do governo anterior surtiram efeito na mortandade causada pelos três fatores - armas, AIDS e acidentes de carro, mas que não surtiram efeito algum nos casos de morte por overdose.
Projetam que morrerão 18 pessoas a cada 100 mil por overdose, em 1999 eram apenas 6 para cada 100 mil pessoas - triplicaram as mortes por overdose. Eles também escandalizaram o país afirmando que há funerárias de certas pequenas regiões que alertam de que os corpos que entram a cada dia estão acima de suas capacidades e são obrigados a alugar trailers para empilhar cadáveres da overdose. Uma epidemia, é como tratam o caso. Também alertam que os centros de desintoxicação não suportam a quantidade excessiva de pessoas que desejam internação.
Branco, pobre e desempregado usam heroína e tarja-preta
Desde há 4 anos as autoridades sanitárias estavam alertando sobre o novo repique de mortes por drogas pesadas. "Agora que há um imenso nível de desemprego, de insatisfação no trabalho e de dificuldades para manterem-se, os brancos pobres das zonas humildes tornaram-se dependentes de derivados do ópio e de medicamentos legais".
Mas, tal como no Brasil, desde os anos 80, cada vez mais norte-americanos vivem medicados, tomando substancias que rebaixam suas ansiedades e estresse. Estimam que 95 milhões de cidadãos tomam os tarja-preta, um numero superior ao dos que fumam tabaco. São mais de 300 milhões de receitas de medicamentos desse tipo por ano. Quantas são no Brasil? Nada indica que seja diferente. Há, ainda, o mercado negro. Muitas indústria de fundo de quintal abastecem o mercado de tarja-preta. Ainda afirmam que a epidemia não é de jovens irresponsáveis e sim atingindo todos os estratos demográficos.
Diazepam, a "droga 50 vezes mais potente que a heroína"
A imprensa dos EUA passou a tratar o Diazepam (Valium) como a droga 50 vezes mais potente que a heroína. A campanha da época de Obama atacava o fentanilo, um fármaco do grupo dos opióides, e seus múltiplos variantes. O fentanilo, no entanto, continua a ser receitado em profusão nos EUA como analgésico para várias dores. Os traficantes os misturam com um pouco de heroína, criando uma droga muito potente e barata - um quilo de pó de fentanilo custa US$3.000 e vale milhões nas ruas.
Mas até os traficantes passaram a ter algum cuidado, passaram a vender explicando os cuidados - uma dose de 0,25 gramas pode ser mortal e a velocidade do efeito é altíssima - dificilmente alguém chegará a tempo para salvar a vida de quem sofreu uma overdose. Para piorar, começaram a vender uma droga chamada carfentanil - um tranquilizante de elefantes 100 vezes mais potente que o fentanilo. Como na China o carfentanil ainda não está proibido, os traficantes estão introduzindo nos EUA, onde já morreram 15.000 pessoas por overdose do carfentanil.