Ecologia x Economia é debate só para radicais
As diferentes premissas e visões de mundo que sustentam a economia ecológica e a ortodoxa voltaram à pauta. Uma boa parte dos políticos obsoletos, da mídia e dos economistas ortodoxos , são quase fanaticamente a favor do crescimento econômico, conforme única e exclusivamente medido pelo PIB. Alguns deles até argumentam que a melhor maneira de proteger o meio ambiente é pelo crescimento da economia - como se um planeta saudável fosse um luxo que só os milionários podem desfrutar. No outro lado da trincheira ideológica estão os extremistas ecológicos. Fazem do terror sua arma de combate. Anunciam diariamente o apocalipse ambiental. Com a falência do socialismo real, levado à derrota pelas Cubas do mundo, restou-lhes o ambientalismo para lutar contra o lucro, a essência do capitalismo. Eles não se interessam verdadeiramente pelo ambientalismo. Sua verdadeira luta é contra o capitalismo.
A monocultura têm a mesma fragilidade do sistema bancário.
Os economistas ecológicos acreditam que há pontos de intersecção entre o capitalismo e o ambientalismo. Não são necessariamente inimigos. É possível obter lucros explorando eficazmente o ambiente. Mas também acreditam que quando a economia humana se torna demasiadamente grande em relação aos sistemas naturais que a sustentam, os problemas causados pelo crescimento econômico podem superar os benefícios. O mundo está perto de alcançar o limite de sua capacidade de alimentar a população humana atual. Podemos aumentar a produção com maior eficiência, mas sempre existe uma compensação entre eficiência e robustez. A monocultura intensiva, por exemplo, é intrinsecamente frágil e requer grandes quantidades de fertilizantes e pesticidas para ser mantida. Nosso sistema agrícola apresenta a mesma falta de modularidade, redundância e diversidade que o nosso sistema bancário. Mas ele é ainda mais importante para nossa sobrevivência. Como diz o velho ditado: "se você deseja coletar mel, não destrua a colmeia".
Ilusão ou riqueza física real?
Os economistas ortodoxos tratam o dinheiro em termos numéricos abstratos, como algo que pode crescer e expandir-se sem quaisquer restrições. Os economistas ecológicos veem isso como uma ilusão gananciosa. Acreditam que o dinheiro deve estar vinculado mais estreitamente com a riqueza física real.
De acordo com o sistema bancário de reservas fracionárias, os bancos podem emprestar muito mais dinheiro do que dispõem em suas reservas. O resultado é um sistema financeiro fundamentado em dívida em que a maior parte do "dinheiro" só existe ilusoriamente, está na forma de crédito, e todo mundo está correndo freneticamente tentando pagar algo que é impagável. Essa é a mesma fórmula para a agricultura. Exploram uma "terra" que não existe de fato para ser explorada. Sem a manutenção de uma terra vizinha plenamente conservada, a "terra hiper explorada" dos agricultores é uma ilusão, não lhes proverá lucros e sim despesas cada vez mais significativas, e não nos alimentará ao longo do tempo.