Em busca das causas do caos na Prefeitura da Capital
Em busca das causas do caos na Prefeitura da Capital.
Se estamos em uma situação econômica desastrosa e politicamente difícil, não é apenas por culpa das leis que determinaram despesas insustentáveis com o funcionalismo público. Têm ônus, ainda maior, os poderes eleitos - prefeito e vereadores - pelo sufrágio universal, que nunca tentaram, com firmeza e convicção, corrigir os seus excessos. Nem Bernal, depois do prestígio que lhe deu os votos populares, nem Olarte, nos píncaros da glória outorgada pelo voto dos vereadores e pela aclamação popular, ousaram gastar seu patrimônio político para enfrentar leis que deixaram de corresponder com a nova realidade econômica do país. A época da fartura acabou para os maus administradores-esbanjadores. Preferiram acomodar-se, mas agora ditam regras para a salvação dos cofres públicos. Nada nas leis os impediu de profundas mudanças. Nada, nelas, impede, aliás, uma administração que estimule a captação de riqueza que pode ser produzida por novas empresas e ampliação das que aqui estão. Há seis anos, pelo menos, os prefeitos trilham o "caminho mais fácil", a fácil estrada do aumento de impostos. Os erros mais recentes de diagnóstico e a má escolha dos instrumentos de política econômica foram produzidos pelo voluntarismo e autoritarismo do Bernal e pela fragilidade de pamonha do Olarte, dois extremos que só poderiam colidir. No fundo, bem no fundo, não foram as leis que conduziram Campo Grande a desperdiçar anos de crescimento. Foi a covardia política continuada, que parece ter tornado Campo Grande a terra do caos. Não há crescimento previsível com a contínua falsificação de dados financeiros apresentados pelos dois prefeitos. Não há credibilidade empresarial e popular que suporte tanta mentira e política rasteira. O crescimento é inviável. E pior, o próximo prefeito levará algo como dois anos para consertar a insanidade que se abateu na Prefeitura e na Câmara de Vereadores. Só existem ocupantes de cargos dispendiosos, não há líderes.
A fé na saída da crise.
Um viajante chegou a uma aldeia judaica. Era seu local de nascimento. Saíra da aldeia ainda criança e não mais retornara. Agora, adulto matava saudades. Tivera uma educação laica. Ao descer do trem, não encontrava uma só pessoa nas ruas. Lembrou-se que era sábado e dirigiu-se à sinagoga. Acertou, lá estavam os aldeões orando. Tomado por vívida emoção, desejou participar das orações. Todavia, rezavam em hebraico. Somente se recordava das letras do alfabeto dessa língua. Sem ser percebido, sentou-se no fundo da sinagoga e começou a recitar: álef, bêit, guímel, dálet...Entoava as letras cada vez mais alto, como se pedisse algo a Deus. Quase em transe. O rabino o notou e bruscamente interrompeu a cerimônia. "Parem, não adianta mais rezar hoje", disse. "Por quê?", perguntaram. E o rabino respondeu: "Deus está muito ocupado formando palavras". A fé pode estar até mesmo na mera recitação de um alfabeto.
É dessa fé que a maioria dos brasileiros é feita quando se trata de superar crises. Podem nada entender. Podem não ter condições de saber quais os motores impulsionam a saída da crise, mas acreditam que em um prazo não muito distante, algo como o segundo semestre de 2016, estejamos vivendo em um país recuperado social, econômica e politicamente. Recitam um "alfabeto" se não sabem a oração, criam um mantra de que "sairemos, mais uma vez, da crise".
Uma conexão inusitada: o uso de sacolas próprias no supermercado pode aumentar o consumo de porcarias.
O uso de sacolas biodegradáveis nos supermercados e outros comércios pode não ser tão saudável como se pensa. Uma pesquisa de Harvard, que analisou 14 mil itens de compras, descobriu uma faceta não tão politicamente correta: consumidores que usam sacolas próprias aumentam em 7% o consumo da denominada "junk food" - salgadinhos gordurosos e biscoitos recheados com gordura trans. Os autores explicam essa tendência pelo fenômeno que chamam de "efeito liberalizante": por considerar que está sendo ecologicamente correto ao evitar as sacolas plásticas, o consumidor se acha no direito de obter uma recompensa por esse fato - a compra de um produto que considera mais gostoso, embora não saudável.
Nova queda na exportação da carne bovina brasileira.
Diante do declínio da procura dos países dependentes das receitas do petróleo, as exportações de carne bovina voltaram a registrar forte queda. As receitas com as vendas totalizaram US$ 499 milhões em agosto, queda de 22,6% ante os US$ 646 milhões registrados em agosto de 2014. Em volume, os frigoríficos nacionais embarcaram 112 mil toneladas nesse período, redução de 17% em relação às 135 mil toneladas comercializadas em agosto do ano passado. O preço médio da carne bovina vendida pelo Brasil caiu 6,9%, chegando a US$ 4,4 mil por tonelada.
Segurança Pública: a utilização de leis copiadas da Suécia em um país que não é sueco. A reincidência do crime.
A polícia do Mato Grosso do Sul prende milhares de pessoas anualmente; a Justiça solta outros milhares. A polícia prende demais ou a Justiça libera em excesso? Há algo errado no processo. Se a justiça soltou foi porque a lei permitiu. O maior de todos os problemas está na reincidência do crime. É ela que obriga a polícia a trabalhar duas, três, quatro vezes para prender o mesmo criminoso que comete crimes diferentes a cada vez que é solto.
Quantos crimes foram cometidos por bandidos que estavam em prisão domiciliar? Quem fiscaliza essas prisões domiciliares? Não há um órgão fiscalizador sobre a pessoa que vive nesse regime de prisão. Quem acaba fiscalizando é a polícia, quando ele comete um novo crime.
Como regra, o bandido é solto após cumprir 30% do tempo de prisão que o juiz determinou inicialmente. Se pegou 10 anos de cadeia, o bandido sairá após 3 anos. Ótimo. Mas quem vai controlar essa pessoa? Como isso acontece? Quem diz que essa pessoa está em condições de voltar ao convívio social? Não precisamos de mais penas e leis. O que precisamos é que elas sejam cumpridas. Temos leis, sem dúvida nenhuma, modernas, baseadas no que diz a Constituição, que assegura os direitos individuais. Mas são leis suecas, em uma sociedade que não é sueca.