EUA diz que não há perfil dos atiradores escolares
Os Estados Unidos tem uma longa lista de massacres e incidentes com armas de fogo em escolas. Columbine é o mais famoso, mas a lista é extensa, 1% dos homicídios na faixa de 5 a 18 anos acontece nas escolas norte americanas. A necessidade de evitar que as mortes ocorram no lugar que as crianças e jovens têm de frequentar todos os dias, e onde devem estar seguras, provocou uma parceria entre o Serviço Secreto dos EUA com a Secretaria de Educação. Um estudo aprofundado é longe do calor dos assassinatos. O estudo é taxativo: não existe um perfil padrão dos atiradores e também diz que é fundamental ouvir jovens e crianças, especialmente as que sofrem e cometem bullying. Outra informação desse estudo é de que as primeiras avaliações e relatos da imprensa, no momento da tragédia, sempre contem muitos erros.
Os ataques não são impulsivos.
Uma das conclusões é a de que esses ataques em escolas não são impulsivos. Não acontecem em um momento de explosão de fúria. Começam com uma ideia. Depois, o atirador desenvolve um plano. Em seguida adquire a arma, seja de país, parentes , amigos ou roubando. Há um tempo de amadurecimento, uma semana, um mês ou até um ano. Um tempo decisivo que os professores e funcionários das escolas ou parentes, podem interferir e agir.
Os professores sabiam que eles tinham problemas.
Outra descoberta foi que esses agressores não eram pessoas isoladas, eram conhecidas. Seus professores e parentes sabiam que tinham problemas e ninguém fez nada. E a descoberta fundamental: eles contaram a outros o pensavam fazer. Os adolescentes têm dificuldade de manter segredos. Também descobriram que, mesmo depois de contarem a outras pessoas que iam atirar e matar na escola, essas pessoas não contaram a mais ninguém, simplesmente não acreditaram.
Todos os atiradores passaram por algum evento traumático.
"Vimos que passaram por algum evento traumático", diz o estudo. "E não se pode pensar nisso com a cabeça de um adulto e sim com a mentalidade de um jovem porque o que afeta um adolescente é muito diferente". Vejam que alguns perderam a namorada, mostra a lista das motivações, outros não conseguiram vaga na universidade, tiveram notas baixas, e nada menos de 75% dos atiradores atravessaram situações constantes de agressões na escola, tanto como vítimas ou como agressoras.
Quase todos os atiradores eram homens, mas há mulheres.
O estudo dos norte americanos foi todo conduzido com atiradores homens. Era o que pensavam. Após o término, descobriram que estavam errados, que houve um caso de uma mulher, na Pensilvânia, e outras tentando assassinato em escolas da Califórnia.
Então, não há um perfil claro. É mais um problema de comportamento do que de aparência ou de característica. Há brancos, negros, asiáticos, indígenas. Como avem, o que falam o que fazem? Essas as indagações que devem ser observadas constantemente nas escolas. Esses jovens fizeram ameaças, falaram em atirar, desenharam cenas, tiveram atitudes violentas. Deram vários sinais...e foram ignorados.
Não é possível falar em doenças mentais, diz o relatório. "Não é nisso que devemos prestar atenção e sim nos comportamentos relacionados com atitudes violentas: a pessoa tem armas? Tem problemas com álcool e drogas? Tem feito ameaças? "
Essas pessoas devem ser acompanhadas. A maioria não tem país que os escutem.
Enquanto isso, no MS há professor que não acredita em bullying.
Há anos as escolas do MS deixaram de oferecer esforços contra o bullying. Nada sabem. Nada fazem. São raras as exceções.
Visando compreender a violência juvenil nas escolas, a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul está realizando uma extensa pesquisa nas escolas.
Algumas delas colocam todo tipo de obstáculos para a realização da pesquisa, outras auxiliam. Mas a maior surpresa vem de alguns professores: acreditam piamente que não existe bullying. Para eles, não passa de brincadeira de jovens. Aplausos à UFMS.
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