Existe alguma relação entre ferro, carne e diabetes tipo 2?
Antes de debater a relação entre ferro e diabetes é fundamental entender que existem dois tipos de ferro. O ferro heme, também chamado de ferro orgânico ou ferroso, que é muito solúvel no intestino, sendo facilmente absorvido e o ferro não-heme, muito menos solúvel no intestino. Surge dessa diferenciação um dos mais importantes argumentos contra o vegetarianismo. A carne cheia de ferro heme é um alimento importante para combater a anemia. Poucos ousam contraditar esse argumento a favor do consumo da carne. Em suma, não comer carne redunda em anemia. Todavia, há um lado B, nada simpático para o ferro heme.
Risco de sofrer diabetes 2.
Em meados de agosto foi publicado um estudo bem referendado contando que o ferro heme, presente na carne vermelha e em outros produtos de origem animal, está vinculada significativamente com um maior risco de sofrer de diabetes tipo 2. Não é algo novo, mas é uma pesquisa bem cuidada. Também é pouco frequente que salte dos círculos profissionais para o conhecimento popular.
Diabetes não está ligada apenas a açúcar?
Ao ler essa pesquisa muitas pessoas estranharam essa relação do ferro heme com a diabetes. Todos sabem que essa doença está diretamente ligada ao açúcar. Mas, ferro heme? Tem algo a ver com diabetes 2? A descrição da pesquisa mostra que o ferro heme é um importante composto oxidativo, e esse estresse oxidativo que causa, desemboca em inflamação e danos no DNA ao associar-se a radicais livres. Por isso está associado a aterosclerose, endometriose… E a diabetes tipo 2. Mas esse é um quadro de ingestão elevada de carne. Em um padrão de vida com ingestão baixa de produtos de origem animal não é um problema. Como quase sempre, muitas doenças surgem dos excessos.