Falar do tempo: como a meteorologia virou obsessão
Ninguém olha para o céu. As pessoas andam por aí com a cabeça baixa, olhando seus celulares. Que relação temos com o céu e seus fenômenos ? O céu sempre está aí, sobre nossas cabeças, como um afresco pintado por um pintor barroco. O que acontece ali em cima condiciona nossas vidas e inclusive pode levar os humanos ao desastre. Mas deixamos de ter interesse em vê-lo, como muitas outras coisas, preferimos olhá-lo através de meios de comunicação e redes sociais.
Começa a um centímetro do solo.
Pensamos que o céu é aquilo que está lá no alto, mas em realidade o céu começa a um centímetro do solo e vivemos imersos nele, como os peixes nos rios. Já foi a morada dos deuses ou o local onde estavam os sinais cósmicos do futuro. Também como fonte da vida sob a forma das colheitas. Vários povos antigos disparavam flechas nas nuvens carregadas para dispersá-las, afugentá-las. O céu podia infundir verdadeiro terror.
Meteorologia, um ramo manquitola da física.
Ainda que a ciência da meteorologia - um ramo meio manquitola da física - seja de enorme complexidade porque a atmosfera é um sistema caótico, difícil de permitir previsões, mas com os métodos e aparelhos atuais podemos vislumbrar o tempo que virá com razoável precisão. Mas até bem pouco tempo, as previsões caseiras davam respostas satisfatórias. Até que chegaram as previsões para 14 dias ou mais, algo espetacular, um verdadeiro show, mas que são eivadas de erros. Viciamos. A televisão transformou em show e viu aumentar seus lucros. Hoje, os apps estão tomando conta. Todos faturando alto com algo que está longe de ser um ramo das ciências que ande sem errar a passada.