França: relação com menor de 15 anos é estupro
A França deseja fixar em 15 anos a idade mínima para "consentimento sexual". Qualquer relação com penetração mantida com alguém abaixo dessa idade será considerada, automaticamente, estupro. A proposta faz parte do pacote do governo Macron contra delitos sexuais. Também determina multa de 90 euros por assédio de mulheres nas ruas.
O pacote é uma resposta segura para os movimentos feministas europeus e norte americanos que estão convocando uma greve das mulheres neste 8 de março. Também vem para dar alento às famílias que se revoltaram com a decisão do Judiciário de liberar um homem que engravidou uma menina de 11 anos de idade em uma relação consentida. O tribunal disse que não poderia agir de maneira diferente porque não ocorreu "coação, ameaça, violência ou surpresa". O caso é um dos mais rumorosos na França e impõe um choque entre a esquerda e a direita. Logo após esse caso - novembro do ano passado - outro homem que manteve relações com uma menina de 11 anos de idade foi acusado só de "abuso sexual" e não de estupro. A pressão midiática e nas redes sociais é imensa para a prisão de ambos. O governo da França percorreu o país debatendo esse assunto. Foram 824 debates em 18 regiões do país nos quais participaram mais de 55 mil pessoas, em sua grande maioria mulheres (70%). Esses debates estão sendo chamados "Tour de France da Igualdade".
Matrimônio beta, o teste que triunfa entre os jovens.
Acredita que seria ideal dar um passo prévio antes de firmar um contrato vitalício e sem condições? Uma cadeia de televisão dos EUA lançou uma pesquisa, entre um mil norte americanos, com idades entre 18 anos e 49 anos, graças a qual descobriu que praticamente a metade acreditava que antes do casamento "para sempre", deveria passar por um casamento beta. Consideram que os matrimônios devem ser como os contratos de casas nos EUA: por um ano, 5 anos, 7 anos ou 10 anos, depois dos quais, deveria ser renegociado. Sobra apenas a outra metade pensando em casamento "para sempre". Dentre os que desejam o casamento beta, entendem que o marco temporal ideal é dois anos de "prova". Depois desse tempo, o matrimônio pode ser formalizado com todos os papéis do "para sempre" ou dissolvido sem qualquer tipo de burocracia.
A ideia está sendo debatida na Alemanha, onde a União Social Cristã propôs um período de provas de 7 anos, depois dos quais os conjugues reavaliaram a união. Se não estendessem o tempo, estaria dissolvido automaticamente. A explicação para essa proposta vinda de cristãos é que "o matrimônio não está ai para oferecer segurança e sim deveria ser uma mostra de amor".
A ideia também está sendo debatida no México. O Partido da Revolução Democrática vem defendendo que todo contrato de matrimônio estabeleça a duração da união, que não seria menor que dois anos. O objetivo dos mexicanos é "evitar carga maior de trabalho para o Judiciário".
Não resta dúvida que o mundo ocidental vem assistindo uma queda na taxa de matrimônios. Há países - Suécia e Noruega - onde é perfeitamente legal e normal viver em concubinato, sem nenhum tipo de papel. Neles, não há nenhum tipo de tabu com respeito à convivência sem papéis. A maioria dos bebês nascem fora do casamento.
A pesquisa da televisão norte americana também perguntou sobre a frase "até que a morte nos separe". Algo como pouco mais de 56% não estão disposto a essa declaração.
Não parece haver espaço no Brasil para essas propostas. Todavia, a realidade vem impondo uma taxa crescente de separações entre os casais. Divórcio é fato corriqueiro e plenamente aceitável. Resta saber como a sociedade entenderá o papel do dinheiro nos matrimônios e a identidade dos bebês.
A crise da masculinidade hegemônica frente ao feminismo radical.
As mudanças protagonizadas pelas mulheres nos últimos 200 anos, tão imparáveis quanto pacíficas, questionaram a masculinidade hegemônica e o papel privilegiado do homem nas sociedades. Queiramos ou não, sejamos conscientes ou não, gostemos ou não, nós homens estamos em crise e a hegemonia está escorrendo pelas mãos. E isto nos leva à obrigação que nos questionarmos. O que é ser homem no século XXI? O que esperam de mim? Sou um homem justo? Posso mudar? Devo mudar? Como me relaciono com as mulheres? Sou machista?
Vivemos em uma das maiores transições que o mundo já viu. É como se o Deus de Michelangelo, na Capela Sixtina do Vaticano, desse novamente a vida a Adão, o mandasse à Terra para olhar nos olhos da mulher de igual para igual.
Resulta paradóxico que os agoureiros do fim do homem, não parem para pensar que o sexismo também pesa - e muito - na nossa vida. Somos 95% dos homicidas no mundo. Formamos um pelotão de 93% dos delinquentes. Somos 74% dos suicidas. E o percentual que ninguém quer revelar: somos 95% dos falecidos por acidente laboral. Um abominável espetáculo de homens destroçados e destroçadores que gera um imenso desassossego. Mas o radicalismo feminista quer mais. Não lhes bastará a igualdade que todos devemos almejar. No dia 8 de março, convocam uma greve mundial. Contra os homens?