Haxixe: 1º trabalho científico sobre drogas e os famosos
Para quem não sabe, o haxixe, tal como um cigarro de maconha, é derivado da planta cannabis. A diferença é que o haxixe é uma resina retirada preferencialmente dos apêndices da epiderme da cannabis enquanto a maconha é um aglomerado de flores. Um cigarro de haxixe é bem mais forte que o da maconha. Seu uso é tão antigo como o mundo. Foi descrito por Heródoto, tido como o pai da história. Heródoto contou que os citas, um povo nômade que vivia entre a Grécia, Turquia e Mongólia, tomavam banhos psicotrópicos com valores de haxixe. Saiam desses banhos, segundo Heródoto, "gritando de alegria, encantados".
O primeiro trabalho científico sobre drogas.
Devido à proibição do uso de haxixe, determinada pelo governo francês nos anos 1.800, Jacques Joseph Moreau, um médico boêmio, realizou os primeiros experimentos científicos com essa droga. Desejava a liberação da droga. O trabalho recebeu o título de "Do haxixe e da alienação mental". Após viajar pelo Oriente, quis explicar como "funcionam as dobradiças das portas de entrada do cérebro".
Artistas adeptos do haxixe.
Jacques Joseph Moreau foi um médico "mucho doido", ainda que seu trabalho científico fosse sério. Montou um clube denominado "Haschichins", um coletivo de artistas que se reunia frenquentemente em um hotel para tomar ou fumar "dawamesk", um tipo de geleia de haxixe, "para penetrar nas raízes da imaginação". Os principais frequentadores do clube estão entre os maiores nomes da literatura mundial: Balzac, Baudelaire, Victor Hugo e Gautier. De onde se vê que a moda de artista fumar maconha "para despertar a imaginação" não é recente.
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