História com olfato: perfume de comunista e de capitalista
Creiam o capitalismo e o comunismo cheiram igual. Ou, pelo menos, quase igual. Esta é uma história para todos que amam bons odores. Pode ser resumida em uma época em que dois perfumistas franceses , Ernest Beaux e Auguste Michel, foram encarregados de criar um novo aroma para comemorar o terceiro centenário da dinastia russa dos Romanov. Todos conhecem o final dessa família. Na noite de 16 para 17 de julho de 1.918, Nicolau II e toda sua família foram executado sem Ekaterinburgo pelas tropas bolcheviques.
O divórcio dos perfumistas.
Com a chegada da revolução à Rússia, Beaux regressou à França e Mochel permaneceu na Rússia. Logo após chegar em Paris, Beaux conheceu Coco Chanel. Da fórmula daquela fragrância imperial russa nasceriam dois perfumes mais famosos da história: Chanel 5 e Moscou Vermelho.
Duas mulheres, duas políticas opostas.
Mas essa história não é tão simples. Está envolta naquele mundo de opostos. Coco Chanel iria se relacionar bem com os alemães na Paris ocupada, se tornou uma colaboracionista do nazismo. Depois da guerra, com a perseguição aos colaboracionistas, Coco mudou-se para a Suíça, de volta a Paris alguns anos depois, passou a vender tudo que produzia. Ficou extremamente famosa. No outro lado, Michel associou-se à Polina Zhemchuzhina, esposa do Ministro de Assuntos Exteriores Soviéticos, o famoso Molotov. Poilina tornou-se a responsável de toda a indústria soviética de cosméticos perfumes. Entre as marcas de perfumes criadas pela dupla Michel e Polina, a mais famosa era o Moscou Vermelho. Dizem que Chanel 5 não são exatamente iguais, mas muitos semelhantes. Uma daquelas esquinas do mundo onde capitalismo e comunismo se encontram.