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Em Pauta

Independência e morte: a grande guerra com milhares de mortos

Mário Sérgio Lorenzetto | 07/09/2021 09:09
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Entre 1821 e 1823, o que hoje conhecemos como Brasil passou por um processo político caótico, incerto e muito violento, marcado pela confrontação com Portugal e com aqueles que desejavam permanecer sob seus auspícios. Uma verdadeira Guerra de Independência, raramente contada nos livros escolares. Construíram o mito de uma independência pacífica.


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Se hoje fosse, seriam milhões em guerra.

A Guerra da Independência surpreende pela magnitude da dimensão militar. Houve confronto armado na Bahia, Rio de Janeiro, Ceará, Piauí, Maranhão e Pará. Nessas ações, envolveram-se mais de 60 mil militares em combate. O número não parece gigantesco à primeira vista. Mas a população brasileira era de 4,5 milhões de habitantes. Assim, foram engajados nessa guerra, algo pouco abaixo de 2% da população. É uma percentagem próxima daquela mobilizada para o maior conflito externo em que o Brasil esteve envolvido, a Guerra do Paraguai, na qual estiveram engajados entre 120 mil e 150 mil soldados, para uma população abaixo de 10 milhões de habitantes. Se hoje fosse, significaria engajar entre 3 e 3,5 milhões de pessoas para uma ação bélica.


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Guerra em Salvador.

Em 19 de fevereiro de 1822, estouraram confrontos violentos em Salvador. A disputa se dava em torno da substituição do brigadeiro Manoel Ribeiro, governador de armas da Bahia, pelo brigadeiro Bandeira de Melo. A "crua guerra dos Vândalos", trombeteavam as manchetes dos jornais da época. Em poucas semana, os grupos que não admitiam a independência, fugiram de Salvador para o Recôncavo Baiano. Mas os combates duraram até 2 de julho de 1923, envolvendo milhares de tropas e provocando milhares de mortes.


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Guerra pra todo lado.

Também em 1823, com a chegada de Cochrane e a invasão do interior maranhense em ebulição, levou milhares de soldados à guerra. Outros milhares de mortos. Após sitiarem a cidade de Caxias, os anti-Pedro I, foram obrigados a aderir. Igualmente de forma violenta, os revoltosos do Pará renderam-se em 15 de agosto de 1823. A guerra findava no norte, Pedro vencia. Mas no sul, na Cisplatina, província anexada ao Império português, a retirada de todos os efetivos e a entrada do general Lecor em Montevidéu, só ocorreria em 1824.


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O grande adversário era o Rio de Janeiro.

Por trás da aparência de uma guerra contra portugueses, a verdade é que havia uma enorme indisposição com o Rio de Janeiro. A causa é a mesma de quase todas as guerras que já ocorreram... e ocorrerão: dinheiro. O Rio de Janeiro de D.João e de Pedro I cobrava impostos muito mais altos que Lisboa, e nada oferecia de contrapartida para as províncias mais distantes do Norte e do Sul. Apenas o Sudeste recebia pequena parte dos impostos de volta. O Brasil sempre foi uma mistura de gigantismo caótico com bagunça.


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A Rusga cuiabana.

O Mato Grosso, então uno, era um lugar tão ermo e distante de todas as atribulações que ocorriam em todo o território nacional que só foi tomar conhecimento da Independência muito tempo depois. Mas houve guerra, ainda que perdida no tempo. Em 30 de maio de 1834, os descendentes de portugueses com os brasileiros natos promoveram uma matança desenfreada de portugueses. Esse evento sanguinolento recebeu o singelo nome de "Rusga", como se fosse uma mera altercação entre as partes.

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