Ir ao restaurante, uma conquista da Revolução Francesa
Liberdade, Igualdade, Fraternidade…. esqueceram do Restaurante. Esses os legados da sanguinolenta revolução que levou os nobres franceses à guilhotina. O primeiro restaurante, tal como o conhecemos, é filho da queda da nobreza e ascensão dos novos ricos, os denominados burgueses.
Antes, comida de baixa qualidade em albergues.
Hoje em dia, a gastronomia é um dos sinais mais reconhecíveis da cultura francesa. Mas nem sempre foi assim. Até o último terço do século XVIII, Paris era uma cidade deplorável com pobre iluminação das ruas e baixa qualidade da comida que só era servida em albergues, pousadas e cabarés. Os ricos se fartavam com banquetes porque tinham os melhores cozinheiros, mas fora das mansões e palácios a comida era mal cozida e serviam apenas um prato todos os dias. Não existia o estabelecimento que hoje associamos com a boa comida: o restaurante.
Para “restaurar a força”.
A palavra “restaurante“ era definida como um “alimento para restaurar as forças”. A mudança começa em 1.765, em uma antiga padaria da rua “des Poulies”, perto do Louvre. Seu proprietário, Mathurin Roze de Chantoiseau, começou a servir “caldo e ave ao sal com ovos frescos” em pequenas mesas de mármore. Perante o êxito, se animou a ampliar a oferta de pratos. Foi assim que nasceu o primeiro restaurante. Um de seus principais propagandistas foi Diderot que nele comeu em setembro de 1.767 e, apesar do preço, teve uma boa impressão. Disse o famoso pensador que ali comiam bem e as mesas eram individuais. Também escreveu que tinha ótimas vasilhas e talheres além de uma ampla carta de pratos com os preços anotados nela. Eram novidades impensáveis.
Vinde a mim que restaurarei teus estômagos cansados.
Além de todas essas novidades, sobre a porta do estabelecimento, Mathurin Roze de Chantoiseau escreveu um lema que se tornaria famoso: “Vinde a mim, aqueles que tenham o estômago cansado, e eu os restaurarei”. Pouco a pouco, os proprietários das novas casas de refeições, ainda não eram chamadas de restaurantes, foram sendo denominados “restauradores”. Aqueles que “restauravam estômagos”.
O primeiro “chef” famoso.
A figura mais destacada nesse nascimento dos restaurantes foi Antoine Beauvilliers, o cozinheiro que deixou o serviço do irmão do rei Luis XVI, o conde de Provença. Foi ele quem transladou o hábito aristocrático da boa comida das mansões e palácios até os novos restaurantes da burguesia.
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