Já pensou como vive uma pessoa sem dentes?
Como beijam? Como comem? Quem se preocupa com dentes perdidos por uma mulher maltratada? Essas perguntas são feitas pelo dentista brasileiro Fábio Bibancos. Cresceu em um ambiente privilegiado, frequentou as melhores escolas, mas afirma que: "Só nos ensinam a tratar dos dentes dos brancos. Um branqueamento, uma ortodontia [corrigir anormalidades no alinhamento dos dentes]... mas ninguém se preocupa com os dentes dos pobres", diz Bibancos.
O bairro pobre lhe deu uma lição.
Bibancos acabou os estudos, abriu sua própria clínica, escreveu um livro. Tudo ia segundo os cálculos: trabalho, casamento, apartamento, filho. Até que começou a ministrar cursos sobre higiene dental em colégios de bairros humildes. "No princípio, oferecia cursos que também eram de ricos. Cheio de mim, sentia que estava fazendo o bem. Ensinava qual era a melhor escova, a maneira correta de lavar... mas quando meu editor acertou alguns cursos em centros não tão ricos, as mães se aproximaram em alguns deles e me disseram: Fábio, está muito bem tudo o que diz, mas olhe a boca de meu filho, está cheia de infecções".
O nascimento da "Turma do Bem".
Começou levando alguns desses jovens a sua própria clínica para realizar tratamentos e cirurgias gratuitas. Quando os pacientes aumentaram, chamou alguns colegas de profissão para ajudá-lo. Quando o número de pacientes saiu do controle, percebeu que aquilo não era algo que podia seguir fazendo dessa forma. Assim, nasceu a "Turma do Bem", uma organização que atende 71.000 pessoas. É a maior rede de voluntários especializados do mundo. A organização conta com mais de 17.000 dentistas que atuam em 14 países oferecendo atenção odontológica gratuita há 16 anos.
Reconhecida e premiada em vários países, no Brasil....