Medindo o envelhecimento biológico? A metilação do DNA
Em 2018, um empresário holandês de 69 anos iniciou uma batalha judicial visando mudar sua idade. Desejava diminuí-la em 20 anos pois seus médicos diziam que tinha um corpo de 49 anos. Nossa idade cronológica - os anos que já vivemos - pode ser diferente da biológica, que mede o grau de envelhecimento das células, tecidos e órgãos. À medida que cresce a esperança de vida muitos cientistas passaram a estudar os chamados "relógios epigenéticos", uma maneira de compreender o envelhecimento e prevenir enfermidades.
Os cães comprovam que há diferença entre idade cronológica e biológica.
Ainda há pessoas que não creem que exista diferença entre idade cronológica e biológica. Os cães são a prova de que há claras diferenças. A idade cronológica dos cachorros é a mesma dos humanos, mas a biológica deve ser multiplicada, aproximadamente, por sete. Um cão de 10 anos tem algo como 70 anos humanos. Um ano humano equivale a sete anos caninos.
Velocidade de caminhar e função pulmonar.
Alguns métodos para estimar a idade biológica tem em conta uma medida fisiológica que vai mudando com idade. Os exemplos clássicos são a velocidade de caminhar e a função pulmonar. Isto é facilmente interpretável, já que se compreende exatamente o que se está medindo. Mas é falho. Há o inconveniente de medir somente a fisiologia. É pouco, muito pouco.
Metilação do DNA.
Para estimar a idade biológica com maior precisão, na última década vários cientistas desenvolveram relógios epigenéticos que levam em conta múltiplas facetas do processo de envelhecimento. Este tipo de fatores de risco mede as mudanças na metilação do DNA, que influencia na funcionalidade dos genes. Em resumo, os testes de metilação do DNA dão estimativas precisas da idade de qualquer tecido. Há poucos laboratórios que realizam esses testes de metilação do DNA no Brasil. Eles também detectam com precisão mais de 50 tipos de tumores antes mesmo do aparecimento dos sintomas.