Ministro Paulo Guedes ganha poder no final do mandato
Após uma série de fracassos na execução de sua agenda ultra-liberal é um longo período de desgaste, chegando ao isolamento total, o ministro da Economia acumula algumas vitórias em 2022. A mais importante, sem duvida, é o avanço do processo de capitalização da Eletrobrás após mais de três anos com a agenda de privatizações praticamente travada.
Chama o ex-posto Ipiranga para nomear!
Além dessa importante vitória, Guedes conseguiu emplacar aliados em cargos importantes - desejados pelo centrão - no setor de energia, o grande protagonista da crise dos combustíveis de 2022 e, por tabela, centro da discussão sobre a inflação de 10% no Brasil . Adolfo Sachsida, um dos ex-secretários de Guedes, assumiu o Ministério das Minas e Energia. Caio Paes de Albuquerque, também ex-secretário de Guedes, deve comandar a Petrobras.
Guedes está se fortalecendo ou sua agenda ficou forte?
Guedes mostrou ter um poder de adaptação da sua agenda em relação aos movimentos políticos da reeleição. É um fortalecimento de sua figura como ministro, mas não é um fortalecimento de suas teses econômicas. Ele, finalmente, passou a cooperar com a campanha de Bolsonaro à reeleição. Até há pouco, Guedes era o ponta de lança da campanha de Lula. É possível que venha a adotar medidas que arrombem o teto de gastos, jogando na fogueira um de seus principais credos. Mas há algo que está bem claro: aquela aura de super ministro foi para o espaço sideral. A agenda econômica está, em última instância, nas mãos de Bolsonaro. Antes tarde do que mais tarde.