Moderados e radicais, o agronegócio está rachado
A eleição de Bolsonaro trouxe novos ventos para um setor do agronegócio que estava em coma, dele restava apenas as memórias. A União Democrática Ruralista - UDR - teve seus áureos tempos há exatos 36 anos. Coisa de velho para velho. Criada em 1985 por pecuaristas, se encontrava aleijada dos espaços dominantes. Sua força residia na luta contra a reforma agrária. Interesse fora da pauta de quem quer que seja. Nessa época, a UDR era comandada por Luiz Antônio Nabhan Garcia e por Ronaldo Caiado.
A Associação Brasileira do Agronegócio - ABAG.
Contrapõe-se à UDR, a ABAG. Essa entidade, composta pelos mais ricos dentre ricos, tem papel de liderança entre os moderados do campo. Enxergando a importância da imagem brasileira no exterior, fundou a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, iniciativa que apresentou seis propostas para acabar com o desmatamento. À ABAG, aderiu à maior parcela da Frente Parlamentar da Agricultura, centenas de deputados e senadores que funcionam como um fiel da balança entre os vários movimentos de fazendeiros.
A Aprosoja aderiu aos trogloditas da UDR.
Descontentes com as propostas ambientalistas da ABAG, a Aprosoja aderiu aos discursos agressivos da UDR. Essa rica associação, que representa cerca de 250 mil agricultores, terceirizou suas receitas. A cada saca de soja vendida, um percentual do ICMS recolhido, é destinado à Aprosoja. Daí a bravata de seu chefão de que sustentariam milhares de caminhoneiros, cercando Brasília, até derrubar o STF. Dinheiro eles têm. Mas choveu na horta do chefão da Aprosoja. Uma tempestade de críticas fez com que retrocedesse. Até quando? Vem aí o radicalismo invasor petista.... Adivinhem qual será a primeira fazenda invadida.