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Em Pauta

Música, dança e namoro: como era o funeral guarani

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 09/08/2024 06:45
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Já fundidos com os descendentes de europeus, e modificados pela influencia dominante destes, os guaranis conservam, embora um tanto adulterado, o idioma primitivo - o ava-ñe-ê. É o uso dessa língua o critério adotado para identificá-los, ainda que seja insuficiente e falho. Embora nascidos no Brasil, muitos deles não se adaptam facilmente à nossa educação e cultura, salvo se a mãe é brasileira sem ascendência guarani. O homem guarani pouco influi na educação dos filhos, entre eles há resíduos bem patentes de matriarcado.


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Constante alegria.

Uma das características dos guaranis, além da tentativa de vender uma imagem de guerreiros imbatíveis (mais falsa que nota de três reais) é sua constante alegria. São alegres até no luto. Passam do pranto ao riso, do fúnebre ao festivo, sem um hiato, com uma naturalidade que choca os brancos.


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Polca e Santa-fé.

Entre os descendentes guaranis tudo é motivo para danças, inclusive acontecimentos fúnebres. A música preferida é a polca paraguaia e o “chopin” ou santa-fé. De ritmo peculiar, coisa típica e inflexível, e que não se submeteu, até hoje, a influencias estranhas. O chique para o descendente guarani é dançar com seu chapéu à cabeça. Cocar é só para enfrentamento com fazendeiros, chapéu de luta.


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Velórios festivos.

É na maneira de prestar culto aos mortos onde mais se acentua e se manifesta suas crenças. Desde a forma de prantear o morto, incumbência das mulheres, até o sistema de sufragar a alma do defunto, em velórios com muita comida, regados a bebida, cheios de alegria, tudo reveste uma originalidade típica. Não costumam chorar a morte de seus homens idosos. Nos demais casos, as mulheres, e tão somente elas, choram desregradamente. Um choro martirizante, gritos mais do que prantos, sem uma lágrima. Bebida e comida sobre a mesa na convicção de que o espírito virá participar da comilança. As exéquias começam com uma canção entoada rotineiramente pelo cacique. Seguem-se as danças e namoros. Cortejar mulheres é comum nesses velórios. É quase uma obrigação.

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