Nasce o gigantismo da burocracia brasileira: o custo Brasil
Entra governo, sai governo, as nomeações e contratações no serviço crescem infinitamente. A grosso modo, gastamos quase 14% do PIB com salários do funcionalismo público, contra 6% em educação e 4% em saúde. Boa parte das nomeações, são exclusivamente destinadas a campanhas eleitorais. Mas há um marco fundacional. Essa corrosão dos cofres públicos com funcionários, boa parte constituída por parasitas, não começou agora.
Muito além da nobreza parasitária.
A transferência da corte portuguesa para o Brasil, trouxe também boa parte de seu aparato administrativo. Concretamente, além da família real, 276 fidalgos recebiam verba anual de custeio e representação, paga em moeda de ouro e prata retirada do Tesouro Real, localizado no Rio de Janeiro. Além desse batalhão de sanguessugas, mais de 2 mil funcionários vieram para cá. Juntem-se ainda os setecentos padres, os quinhentos advogados e os duzentos "praticantes" de medicina. E não para aí. Vieram com os reizinhos portugueses, nada menos de 5 mil militares. No total, aproximadamente 15 mil parasitas portugueses fugiram de Napoleão e vieram para o Brasil.
Pequena comparação com os Estados Unidos.
Para melhor medir a força dessa despesa gigantesca, convém lembrar que na mesma época a capital dos Estados Unidos mudou-se da Filadélfia para a recém-construída Washington. O contingente de funcionários do governo federal norte-americano não excedia mil pessoas, contando desde o presidente John Adams aos cocheiros do serviço dos correios. 15 mil contra 1 mil, essa a diferença das duas burocracias.
Estrangeiros também vieram sugar.
E ainda vieram funcionários de outras partes do Império português, notadamente de Angola e de Moçambique. Por ultimo, ex-mandatários e seus séquitos saindo dos países da América do Sul, tomados pelas revoluções republicanas, mudam-se para o Rio de Janeiro, único refúgio dos fugitivos monárquicos destituídos do poder. Não à toa somos um dos países que mais gasta com funcionalismo público. Ocupamos o sétimo lugar. Uma posição muito além de desonrosa, quase suicida.