O azeite de oliva foi o primeiro produto globalizado
Por Mário Sérgio Lorenzetto | 08/04/2024 08:00
Até agora, o tabaco era considerado o primeiro produto a ser comercializado globalmente. Era. Novos estudos, especialmente da Itália e na Espanha, mostram cabalmente que o líquido das oliveiras foi responsável pela chamada primeira globalização. Tudo indica que foram os libaneses (fenícios) os responsáveis pelas primeiras viagens desse hoje caríssimo azeite.
De Cartago para a Espanha.
As possessões de Cartago viram a chegada do azeite de oliva muitos séculos antes de Cristo. De Cartago saíram as primeiras oliveiras para a antiga Ibéria (atual Espanha) há três mil anos. Séculos depois, o azeite de oliva viajou para todos os rincões do mundo através dos oceanos.
As possessões de Cartago viram a chegada do azeite de oliva muitos séculos antes de Cristo. De Cartago saíram as primeiras oliveiras para a antiga Ibéria (atual Espanha) há três mil anos. Séculos depois, o azeite de oliva viajou para todos os rincões do mundo através dos oceanos.
Um monte de pedaços de ânforas.
Testaccio. Esse é o nome de um monte artificial existente em Roma. Nele repousam nada menos de 26 milhões de pedaços de ânforas que durante séculos foram depositados nesse lugar. Um tipo de monte de lixo, com alto valor arqueológico. Essas ânforas continham azeite de oliva. A maioria era originária da Bética e de Tarragona, províncias da antiga Espanha, outra parte saia da atual Florença e das imediações de Roma. O monte Testaccio, constituído entre os anos 138 e 260 de nossa era, reflete o azeite de oliva como elemento unificador do Império Romano.
Testaccio. Esse é o nome de um monte artificial existente em Roma. Nele repousam nada menos de 26 milhões de pedaços de ânforas que durante séculos foram depositados nesse lugar. Um tipo de monte de lixo, com alto valor arqueológico. Essas ânforas continham azeite de oliva. A maioria era originária da Bética e de Tarragona, províncias da antiga Espanha, outra parte saia da atual Florença e das imediações de Roma. O monte Testaccio, constituído entre os anos 138 e 260 de nossa era, reflete o azeite de oliva como elemento unificador do Império Romano.
Magalhães levava 6 mil litros de azeite de oliva.
Uma recente descoberta de documentos localizado nos Aquivos da Índias de Sevilha mostrou algo impensável: os cinco navios de Magalhães, que partiram da Espanha em agosto de 1.519, levavam a enfermidade de seis mil litros de azeite de oliva para serem comercializados nas ilhas Maluco, atual Molucas. O azeite de oliva se converteu no ingrediente que melhor representou a mestiçagem culinária entre o Velho e o Novo Mundo. Chega a ser hilário e é um paradoxo, mas os europeus se matavam - e exterminavam outros povos - para conseguir as especiarias, usadas principalmente para conservar alimentos. Mas o azeite de oliva é um dos melhores conservantes naturais que existem. Levavam conservantes para comprar conservantes. Uma história muito maluca.
Uma recente descoberta de documentos localizado nos Aquivos da Índias de Sevilha mostrou algo impensável: os cinco navios de Magalhães, que partiram da Espanha em agosto de 1.519, levavam a enfermidade de seis mil litros de azeite de oliva para serem comercializados nas ilhas Maluco, atual Molucas. O azeite de oliva se converteu no ingrediente que melhor representou a mestiçagem culinária entre o Velho e o Novo Mundo. Chega a ser hilário e é um paradoxo, mas os europeus se matavam - e exterminavam outros povos - para conseguir as especiarias, usadas principalmente para conservar alimentos. Mas o azeite de oliva é um dos melhores conservantes naturais que existem. Levavam conservantes para comprar conservantes. Uma história muito maluca.