O cabelo não nega. A discriminação capilar
Há poucos dias, a Assembleia Nacional da França - o equivalente à nossa Câmara de Deputados - aprovou um projeto de lei que visa combater a "discriminação capilar", especialmente no local de trabalho. O texto é de autoria de um deputado de Guadalupe, uma ilhota do Caribe que continua pertencendo à França. Prevê punir qualquer discriminação "ao corte, à cor, ao comprimento ou à textura do cabelo". Ainda falta aprovar no Senado, mas está bombando nas redes sociais e na imprensa do Ocidente.
Cabelos negros e ruivos. E os carecas?
Na proposta, o deputado afirma que uma pesquisa norte-americana aponta que 25% das mulheres negras entrevistadas perderam vagas de emprego devido ao formato do cabelo usado durante a entrevista. Também garante que os cabelos ruivos passam pela mesma discriminação, assim como homens calvos. O deputado é esperto, uniu três grandes grupos sociais, pelo menos na França: mulheres negras, todos os ruivos e os carecas.
Cópia de leis existentes.
Ainda que tenha obtido uma fama impensável, esse projeto é copiado de leis existentes em vinte Estados dos EUA. São leis que combatem o racismo. Na Grã Bretanha, essa ideia é bem mais eficaz. Não fica perdida em uma lei que pode ser esquecida em um instante. O governo publicou cartilhas em todas as escolas do Reino Unido combatendo a discriminação capilar (ou pela falta de cabelos).
Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.