O comerciante de tecidos que descobriu o reino dos micróbios
Imagine lidar com uma pandemia como a covid-19 em um mundo onde a vida microscópica era desconhecida. Antes do século 17, as pessoas eram limitadas pelo que podiam ver com seus próprios olhos. Mas, então, um comerciante de tecidos holandês mudou tudo. Seu nome era Antonie van Leeuwenhoek, e ele viveu de 1632 a 1723. Embora, sem formação científica, van Leeuwenhoel se tornou o maior fabricante de lentes de sua época e é conhecido, atualmente, como o "pai da microbiologia".
Enxergou uma bactéria.
Van Leeuwenhoek não se propôs a identificar micróbios. Em vez disso, ele tentava enxergar a qualidade dos fios de tecidos que comercializava. E foi assim que ele desenvolveu um método para fazer lentes aquecendo finos filamentos de vidro para fazer pequenas esferas. Essas lentes esféricas eram de tão alta qualidade que ele via coisas que ninguém mais podia ver. Ele via objetos pequenos demais para serem enxergados e pequenos seres vivos que não eram visíveis a olho nu. Van Leeuwenhoek foi o primeiro humano a ver uma bactéria. Foi ele também que viu um glóbulo vermelho e um espermatozoide pela primeira vez. No entanto, estava relutante em publicar suas descobertas, devido a sua falta de educação formal. Amigos persuadiram-no a publicar.
Os animálculos de van Leeeuwnhoek.
Quando ele relatou ter visto "animálculos", pequenos animais, nadando em uma gota de água da lagoa, a comunidade científica questionou sua confiabilidade. Depois que sua descoberta foi corroborada por autoridades científicas - e até algumas religiosas - ele foi convidado a entrar no Royal Society de Londres, então o principal corpo de cientistas do mundo. Apesar de sua destreza, van Leeuwenhoek não conseguiu detectar vírus. Eles são cerca de cem vezes menores que uma bactéria. Pequenos demais para serem enxergados por um microscópio comum. Os vírus só seriam visualizados em 1931, com a invenção do microscópio eletrônico. Mas a descoberta de van Leeuwenhoek continua a transformar o mundo.