O Deputado Jair Bolsonaro em sua própria voz
O Deputado Bolsonaro em sua própria voz
Sem críticas, sem elogios. Leia o que pensa o Deputado Bolsonaro em sua própria voz.
Sobre a maioridade penal: "O roubo é uma violência, o estupro é uma violência que eu equiparo quase com o homicídio. Não existe isso de reduzir a idade penal apenas para o homicídio. Eu prefiro a cadeia cheia de vagabundos ao cemitério cheio de inocentes”.
A respeito dos maus tratos nas cadeias: "Você quando comete um crime tem de pagar por ele. Não é para ir a um spa, para ter um retiro com cinco refeições por dia, médico, dentista, com biblioteca...Não. Ele tem que ir para o presídio para pagar por seu crime".
A trilogia Bolsonaro: "Eu pretendo ecoar, falar para o povo brasileiro do mais importante: a redução da idade penal e de uma política de planejamento familiar, de reduzir o número de filhos dos mais pobres. Porque os mais pobres têm Bolsas [benefícios] que os estimulam a ter mais filhos. Então, gente sem cultura acaba tendo mais filhos para ganhar R$70 por mês. Todos esses aí vão ser eleitores do futuro para o PT. Uma terceira proposta seria revogarmos o Estatuto do Desarmamento. Porque o governo desarmou as pessoas de bem, mas a bandidagem está cada vez mais armada. E o cidadão não tem como se defender.
Sua defesa da pena de morte: " Nunca vi um morto voltar a cometer um crime. Se com a pena de morte a criminalidade aumenta 10%, sem pena de morte aumenta para 50%".
Sobre homofobia: " Os homossexuais querem se passar por vítimas, querem superpoderes. Qualquer homossexual que morre no Brasil, logo a mídia está dizendo que é homofobia. Há muitos que são mortos pelos próprios colegas, ou em locais de prostituição ou por overdose. Ao morrer, os ativistas dizem que é homofobia. No Brasil, dez mulheres por dia são assassinadas por seus parceiros, isso é muito mais grave. Os crimes de homofobia têm de ser tratados como qualquer outra morte. Quantos heterossexuais morrem por dia? Morrem muito mais que homossexuais. Já tem pena para isso. Se houver motivo fútil a pena é elevada, tem agravante. Mas querem o que? Levar a PLC122 [projeto que criminaliza a homofobia] ao Código Penal? só porque alguém gosta de dar o rabo dele passa a ser um semideus e não pode levar porrada?"
Como surgem os homossexuais: "A imensa maioria vem por comportamento. É amizade, é consumo de drogas. Apenas uma minoria nasce com defeito de fábrica. Aqui no Brasil se tem a ideia de que, quem for homossexual vai ter sucesso na vida. As novelas sempre mostram os gays bem sucedidos, que trabalham pouco e ganham muito, tem carrões...".
Qual o modelo econômico a seguir, o dos Estados Unidos ou o da Europa? Existe um modelo brasileiro?
Não existe um modelo brasileiro de macroeconomia. Todos os estudos de como resolver uma crise são originários dos países ricos. Estamos na transição do modelo adotado pelos Estados Unidos, denominado keynesiano, para o adotado por muitas economias europeias como a França, Itália e a Espanha, para citar somente três.
Os Estados Unidos ainda não se recuperaram completamente da crise instalada em 2008. Não obstante, parece justo afirmar que eles reconquistaram boa parte do terreno perdido. Não se pode dizer o mesmo da zona do euro, onde o PIB real per capita continua sendo inferior ao de 2007 e, no mínimo, é 10% inferior ao que se esperava após tantos anos de sacrifícios. Por que a Europa está indo tão mal? Tudo leva a crer que o problema central está nas lideranças políticas europeias que decidiram rechaçar o modelo keynesiano e optaram por conceitos alternativos que eram propostos por professores de Harvard - inovadores, estimulantes - e completamente equivocados. Nos Estados Unidos a Casa Branca e o Banco Central se mantiveram, em geral, fiéis à macroeconomia keynesiana.
Como funcionam esses dois sistemas - o keynesiano adotado pelos EUA e o inovador europeu? No keynesiano, os juros se aproximam do zero, se mantendo muito baixo. Consequentemente, a inflação também é pequena e o mais importante: o governo gasta muito. Sua despesa é a mais elevada que puder, ainda que contraindo uma dívida elevada (os EUA devem fortunas mirabolantes principalmente para a China). Com o governo gastando, esse modelo preconiza, há um gasto também elevado da iniciativa privada. Com um pequeno detalhe: os gastos devem ser realizados em infraestrutura e não na resolução dos demais problemas do país. Este é um pequeno resumo do modelo que os EUA vem praticando a ferro e fogo desde o início da crise do capitalismo. É claro que o modelo preconizado na zona do euro é o inverso ou, pelo menos, algo que se aproxime do inverso: os juros são elevados, a inflação é alta e o governo gasta pouco. Também não se contraem dívidas ou quanto muito, são dívidas de baixo potencial.
Até o período eleitoral o Brasil vivia em um modelo keynesiano que pode ser denominado "eufórico". Juros baixos, inflação baixa e o governo gastando e incentivando o gasto da iniciativa privada. A diferença está no detalhe: onde o Brasil gastou seus recursos? Gastou na solução de seus problemas eternos: salários, direitos trabalhistas, saúde, educação, assistência social. Enfim, o último lugar onde o governo se preocupou em despejar recursos foi onde o modelo determina - na infraestrutura. Vivemos uma bela e doce vida em plena crise mundial! E o futuro? Os políticos, a partir da campanha eleitoral, determinaram que copiássemos o modelo europeu. Estamos no alvorecer desse modelo. O futuro só nos reserva escuridão.
Nem uma minhoca no anzol. O esbanjamento ministerial.
Ao tomar posse como Ministro da Pesca, o evangélico Marcello Crivella agradeceu à Presidenta Dilma Roussef a confiança nele depositada. Tornou-se conhecido nacionalmente por assumir em público sua total e acabada incompetência, afirmou que não sabia "nem colocar minhoca no anzol". Esse é o símbolo do total desleixo, do esbanjamento desenfreado da política "made in Brasília". O Brasil é um campeão no número de ministérios - são 39. O Brasil é um campeão na incapacidade técnica de seus Ministros - são 37 políticos travestidos de técnicos. Técnicos de renome e acabada competência apenas os ministros da Fazenda e do Planejamento.
Os Estados Unidos contam com 15 ministérios. A Alemanha, o país mais rico e competente da Europa tem 14. A França tem 16 e a Itália conta com 18 ministros. Todas as escolas de administração pública do mundo sugerem um número variável entre 10 e 20 ministérios para cada país. O Brasil tem quase o dobro do máximo sugerido.
Os políticos defensores da permanência do esbanjamento ministerial argumentam que a economia de gasto público resultante da redução dos ministérios pela metade não resolveria a atual crise econômica. Não estão mentindo. Mas existem gestos simbólicos que valem mais que uma tonelada de dinheiro. Nesse provável simbolismo, o de "cortar na própria carne", estaria alguma recuperação da credibilidade perdida e a confissão de seus erros.
Tal como funciona neste país a política de um parlamentarismo camuflado de presidencialismo, esse número exorbitante de ministros, dos maiores do mundo, serve só para distribuir cargos e benesses a uma base de partidos (pelo menos 80% deveria desaparecer) que apoiam o governo em troca de interesses bem "concretos".
O país dos remendos ainda vive a retórica vazia dos palanques.
Reduzir a maioridade penal não resolverá, em nada, o problema da violência. Regulamentar a terceirização não solucionará as mazelas trabalhistas que o país vive há décadas. Limitar por lei o número de ministérios não garantirá austeridade ou uma redução nos índices de corrupção. Cada um desses remendos pode, no máximo, se bem executado, contribuir para alcançar os objetivos de seus defensores. Não existe atalho. Se os governantes podem fazer alguma coisa para melhorar a segurança, o emprego e a corrupção é evoluir, modernizar-se, adequar-se, e isso só é possível por reformas constantes, pensadas, planejadas e expostas de forma clara. Daquele tipo de decisão política desgastante que os governantes só tomam quando empurrados contra a parede. Mas este é o país onde predomina o cansaço. Até os manifestantes se cansaram!
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