O Minha Prisão Minha Vida realmente existiu na Colômbia de Pablo Escobar
Minha Prisão Minha Vida.
Equivocou-se quem pensou que o título guarda alguma referência ao mundo político brasileiro. O Minha Prisão Minha Vida realmente existiu na Colômbia de Pablo Escobar. Seus detalhes foram narrados recentemente por seu filho - Juan Pablo Escobar.
Imagine uma prisão com mesas de bilhar, de pingue-pongue, campo de futebol equipado com sistema de drenagem. Jogadores da seleção colombiana como o goleiro René Higuita e o atacante Faustino Asprilla como assíduos participantes dos jogos. A comida era preparada por três "chefs". Havia um médico escolhido pelo chefão à disposição. Uma varanda semicoberta dava acesso às celas-suítes. A "cela" de Pablo Escobar tinha 25 metros quadrados na entrada e outros 25 metros quadrados de quarto, além de banheira, sauna, e um escritório completo com uma lareira maravilhosa. Chamava-se "La Catedral". Tinha vista privilegiada da cidade pois ficava no alto de uma montanha. Entre junho de 1991 e julho de 1992, foi a morada do maior traficante de cocaína da história. O acordo com o governo colombiano para que ele se entregasse previa que o traficante seria o responsável pela luxuosa construção. É claro que ele fugiu por uma saída secreta que mandara construir nas "barbas do governo".
A segurança pública só terá melhores resultados com a melhoria da qualificação da polícia e da sociedade parar de olhar a periferia como fonte de cozinheira, faxineira e lavadeira.
Todos precisamos que ocorra uma grande melhoria na qualificação da polícia. O velho e surrado discurso de aumento de contingente de policiais se mostrou equivocado. Assim como entrar nas favelas e bairros da periferia para pegar drogas só serve para veicular notícia; são ações midiáticas que não resolvem os mais ingentes problemas de segurança.
A sociedade ainda tem um olhar marginal para a favela e periferia. Os governos - municipais, estaduais e federal - não tem uma agenda para as favelas e bairros mais distantes dos centros urbanos. Tem de haver uma agenda concreta. Raramente acontece. A sociedade quer a favela para ter cozinheira, faxineira e lavadeira. Enquanto olharem a favela e a periferia como gueto não teremos bons resultados para a nossa segurança.É preciso ser dito que a sociedade não gosta muito da polícia. Necessita de seus serviços, mas a teme, não há simpatia. A polícia se afastou da sociedade. A sociedade se afastou da polícia. Esse afastamento vem ocorrendo desde os anos 1964. A polícia entrava nas casas, batia, cometia excessos. Sem dúvida, ouve separação litigiosa. Unir é algo difícil.
O homem mais rico da história.
Marajás, sultões, reis e imperadores. Warren Buffett ou Bill Gates. Ninguém foi tão rico como Jacob Fugger, um alemão que viveu no Renascimento. Ele monopolizou o mercado da prata que saia especialmente das montanhas da América Latina, tornou-se banqueiro de reis e o mais incrível - convenceu o Vaticano a legalizar o empréstimo de dinheiro que era proibido para católicos. No auge de sua carreira no século XVI, Fugger acumulou uma fortuna imensa, correspondente a uma parcela muito significativa de toda a atividade econômica da Europa. Mesmo assim, poucas pessoas ouviram falar dele.
Jacob Fugger vivia na maior casa de Augsburg, na Alemanha, vestia peles e sua condução era uma imensa carruagem puxada por doze cavalos. Ele dizia que era importante exibir um pouco a sua riqueza para demonstrar aos clientes e tomadores de crédito que ele tinha credibilidade. Mas o que ele gostava mesmo era de trabalhar. Ele trabalhou até seu último suspiro aos 66 anos, em 1525.
Fugger tinha o dom do convencimento. O primeiro grande investimento que fez não foi apenas com seu dinheiro e o de sua família, mas também com o dinheiro de amigos. Como ele os convenceu a investir na prata está além da compreensão de seus estudiosos. Fugger tinha nervos de aço. Estava sempre amparado por informações muito importantes. Ele foi um dos primeiros empresários a usar a contabilidade moderna - sempre tinha um grande entendimento dos números. A maioria dos empresários dos dias atuais não tolera ler números. Além disso, Fugger não desistia ao primeiro sinal de problemas. Hoje, o maior erro de muitos empresários é de comprar na alta e vender na baixa - basta ver a essência da crise econômica brasileira. Fugger era um lobista extraordinário. Foi ele que orquestrou a mudança de opinião do Vaticano para permitir o empréstimo de dinheiro pelos católicos com a cobrança de juros. Até hoje ninguém sabe explicar como ocorreu essa mudança do pensamento religioso-financeiro no meio do catolicismo.
Conversar "fiado" é importante para um bom negócio.
É o que dizem os estudos tocados por uma universidade de Munique (Alemanha) e outra dos Estados Unidos (Kogod School of Business). Antes de uma negociação, conversar fiado pode ter grande impacto em percepções e resultados.
Todavia, de acordo com os estudiosos do assunto, haveria diferença entre conversa fiada de homem e de mulher. Para os autores, há um viés inconsciente nessa diferença: as mulheres por serem mais sociáveis e gregárias já incluiriam esse tipo de conversa, os homens para não parecerem frios e objetivos, teriam de se esforçar para se aproximar do interlocutor. Resultado - conversar fiado é importante para os homens no mundo dos negócios e nada vale para as mulheres.
Os black blocs ainda existem?
Recolheram-se. Entre as razões de tal recolhimento está a força-tarefa, não aquela de Curitiba, admirada pelos manifestantes dos domingos. Aquela que combateu os black blocs reuniu policiais civis, militares e promotores. Foi formada em outubro de 2013 em São Paulo como o intuito de provocar o Poder Judiciário a adotar medidas cautelares para impedi-los de participar de novas manifestações. Montaram o "inquérito black bloc". Um inquérito que convocou 40 pessoas, entre as quais as mães dos manifestantes, a prestar depoimentos. Montaram, com a convocação coletiva e mandados de busca e apreensão, a estratégia de enquadrar o grupo por associação criminosa, em vez de investigar cada um por vandalismo. Emparedaram o movimento.
Outros movimentos, porém pacíficos, também refluíram. O MPL (Movimento Passe Livre) divulgou nas redes sociais, depois de barrar o aumento de tarifa de ônibus em cem cidades, decretando seu fim. Eles dizem que foram vítimas de seu próprio sucesso e do fechamento em relação à sociedade. Seus núcleos das periferias das grandes cidades se esvaziaram, deixaram as várias classes médias fora de suas decisões. Talvez o inverso dos atuais movimentos, que congregam muitos setores das classes médias, mas não tem densidade na periferia.