O paradoxo da sacarina proibida e da cocaína livre
A sacarina é um dos mais antigos adoçantes. Foi descoberta, casualmente, em 1.879. O nome "sacarina", vem do latim "saccharum", que significava açúcar. É muito usada como adoçante não calórico. Também é 300 vezes mais doce que a sacarose, mas como ela não é metabolizada pelo nosso organismo - é excretada sem alterações - além de não engordar, não há comprovação de toxicidade. O grande problema da sacarina era a fortíssima concorrência com o açúcar da cana e da beterraba. E suas gigantescas vendas iniciais se converteram em seu paradoxo. Por vender muito, foi proibida. Mas essa história fica ainda mais empolgante. Enquanto proibiam e prendiam os traficantes da sacarina, a cocaína estava livre, leve e solta. Era vendida em farmácias e sua propaganda estava estampada nos jornais.
Enorme riqueza para a Suíça.
A sacarina foi proibida e perseguida em todos os países da Europa pela ação das indústrias de açúcar. Era uma ameaça à existência dessa gigantesca indústria. É quando ela começa a ser produzida na clandestinidade. Inicia um conflito como tantos outros de substâncias muito desejadas, mas proibidas. A polícia começa a entrar nos laboratórios de sacarina sem bater à porta. Leva milhares de presos. Mas em algum lugar ela continuaria a ser fabricada. Esse lugar era a Suíça. Esse negócio clandestino tomou enormes proporções, a sacarina ocupava o terceiro lugar na lista das exportações suíças. Quase toda a produção ia para gangues bem armadas e dispostas a matar na disputa pelos mercados. É risível! Interesses obscuros sempre ditam as proibições e criam mitos. Em seguida, a sacarina foi taxada como substância cancerígena. Só falta explicar como uma substância pode causar câncer se ela não permanece em nosso corpo.
Ninguém conta a história das gangues da sacarina.
Gente dura, machões destemidos, armados até os dentes, dispostos a matar sem pensar duas vezes. A Europa foi inundada pelas máfias da sacarina. E serão elas que, logo a seguir, assumirão o controle da cocaína. A sacarina sai da clandestinidade. A cocaína passa a ser ilegal. Dessa vez, a concorrência era com laboratórios farmacêuticos, alucinados por vender suas pílulas mágicas para "loucos" e para aqueles que tinham dificuldade para dormir. Na área das substâncias, não há ilegalidade que não tenha surgido da forte ação de concorrentes.