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Em Pauta

O PT ianque e o fim da estabilidade dos servidores

Mário Sérgio Lorenzetto | 27/11/2016 08:15
O PT ianque e o fim da estabilidade dos servidores

"Não posso ser comprado". Essa é uma das principais mensagens das vitórias de Trump e dos milionários novos prefeitos brasileiros. Mas há algo que precisa ser melhor entendido nessas vitórias: o papel do trabalhador sindicalizado. Eles estão furiosos. Além disso, os dirigentes sindicais não foram ouvidos. Trump venceu no cinturão industrial dos EUA, o PT brasileiro foi varrido do ABCD paulista, o nosso cinturão industrial. Mas, a primeira indagação que deve ser respondida é sobre a representatividade dos sindicatos no mundo. Surpresa: apenas uma ínfima minoria de trabalhadores são sindicalizados no mundo.

Apenas 10% dos norte-americanos são sindicalizados. A França tem uma das mais baixas filiações sindicais da Europa - 7%. O Canadá tem 26%, a Alemanha consegue apenas 18* e a Itália fica com 37%. O Brasil atravessou a era petista com uma taxa de sindicalização estabilizada em 17%.

A única região do mundo onde a taxa de sindicalização é elevada fica nos países escandinavos. Graças à intermediação dos serviços públicos da saúde os sindicatos escandinavos mantêm taxas acima de 60%. No Brasil, os sindicatos se negaram a entrar e fortalecer o SUS, ao contrário dos escandinavos. Em suma, os sindicatos pouco representam e menos ainda quando se trata de eleições partidárias.

Mas há ainda outra consideração a ser respondida: Trump passou a ser o líder dos trabalhadores norte-americanos, isto é, ele dirige o PT ianque. Trump lidera os trabalhadores sob duas ideias: devolver os empregos perdidos aos trabalhadores que foi amplamente discutida na campanha, mas Trump está revelando que tem uma bandeira que galvanizará seu PT que é o fim da estabilidade de emprego dos servidores públicos. O principal conselheiro da campanha de Trump, o ex-presidente da Câmara, Newt Gingrich, acaba de revelar a revista "The New Yorker" o plano de Trump sobre o fim da estabilidade. Provavelmente, só as várias forças policiais não perderão a estabilidade. Foram decisivas para a vitória de Trump. O mundo seguirá a proposta de Trump?

O PT ianque e o fim da estabilidade dos servidores

Paredón cubano vitimou pelo menos 3.820

Esse é o número de vítimas da ditadura cubana instaurada por Fidel Castro segundo o "Archive Cuba", uma organização de cubanos residentes nos Estados Unidos. É óbvio que são contrários ao "fidelismo". Mas dependendo da fonte, o número pode crescer exponencialmente e chegar a 17.000.

Em cinco décadas de ditadura, foram presos milhares de oposicionistas, homossexuais e todo tipo de dissidentes. O próprio Fidel Castro admitiu a prisão de 20.000 pessoas.

Há muitas estimativas feitas por historiadores, nenhuma crível, mas é fato que milhares de oposicionistas e de ex- companheiros de guerrilha de Fidel foram julgados sumariamente e levados para o paredón. Aliás, essa palavra, "paredón", por décadas, ficou associada ao regime ditatorial cubano.

Também é verdade que o sangue parou de escorrer nos muros das prisões na segunda década do regime. O que não amainou foram as delações e prisões. Todo mundo delatava. A delação foi estruturada em organizações de bairros e nos sindicatos. Prisão ou perda do emprego foram as normas do cotidiano da "Ilha de Fidel". Todavia, Cuba é um caso único de "socialização da miséria".

Com um enorme aparato repressivo, construiu a ferro e fogo, uma organização estatal que dividiu a miséria da cana de açúcar e dos seus afamados charutos. Ao contrário das ilhas vizinhas onde o pouco que produzem jamais foi dividido, a Cuba de Fidel é o país com maior equilíbrio social da região. Não há meio termo para a memória de Fidel. Ódio e paixão se revezam e dividem o mundo. É provável que a história a ser escrita mostrará que o ódio que dividiu Cuba só foi aplacado pela interferências do Papa Francisco. Hoje, Cuba goza da influência de organizações católicas que são os grandes esteios da volta dos direitos humanos. Mas, não há dúvida Fidel sempre será lembrado pelo "paredón".

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Fidel, a história não o absolverá

Não. A história não absolverá Fidel. Fidel e seu castrismo acabaram há muito tempo. Foi o fim de uma utopia inalcançável. Fidel foi um homem que falava muito. Mas não ouvia ninguém. Mas foi um construtor de utopias, algo raro na espécie humana. Mas faz muito tempo que sua história terminou. Isso acontece com todos os heróis. Não resistem ao seu próprio heroísmo.

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