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Em Pauta

O que acena o governo federal de melhoria para a saúde dos brasileiros

Mário Sérgio Lorenzetto | 22/02/2015 08:17
O que acena o governo federal de melhoria para a saúde dos brasileiros

A pauta do governo federal em conjunto com as entidades médicas para melhorar a saúde dos brasileiros

O Ministro da Saúde vem, discretamente, dialogando com as entidades médicas. Ele acena com a possibilidade de criar uma carreira de Estado para os médicos e convocar concurso. Uma antiga bandeira dos profissionais da área de saúde. O ministro e os representantes dos médicos também estão convergindo em relação a outros temas, como o combate à proliferação de cesarianas desnecessárias, a caça à máfia das próteses e órteses e o impulso para a formação de mais especialistas. Garantiram trégua ao menos por 3 meses.

Mas é importante entender que o problema da saúde teve um recuo de 17% como a principal preocupação do país de acordo com o Datafolha. Quem cresce, na pesquisa que verificou o pensamento dos brasileiros, é o sentimento de aversão aos corruptos. Apesar das curvas terem crescimento contrário, saúde caindo e corrupção subindo, a saúde ainda está cinco pontos à frente da corrupção. O motivo maior de tamanha mudança é, indubitavelmente, o programa Mais Médicos. A questão saúde está posta desde o governo Lula. À partir de 2008 começou a subir e chegou a estratosféricos 48% nas manifestações de 2013. Dilma lançou a proposta dos médicos cubanos e jogou os médicos brasileiros nos braços da oposição.

O que acena o governo federal de melhoria para a saúde dos brasileiros
O que acena o governo federal de melhoria para a saúde dos brasileiros

A medicina moderna se uniu à medicina tradicional em Cuba

Cuba é uma ilhota extremamente pobre e destituída de qualquer importância. Todavia, há algo nessa ilha que é exemplar: sua medicina. Ela vem obtendo os melhores resultados do continente americano em matéria de saúde: a expectativa de vida - 76 anos para homens e 81 anos para as mulheres - é a melhor do continente. A mortalidade infantil é a mais reduzida: 4,8 mortes para cada 1.000 nascimentos em Cuba, contra 6 nos Estados Unidos e 12 no Brasil.
Apesar de sua extremada pobreza e uma ditadura longeva, qual a explicação para que Cuba apresente resultados tão surpreendentes na área de saúde? Em primeiro lugar há de se entender que os comunistas cubanos priorizaram a saúde e a educação em detrimento de tudo. Falta tudo na ilha de Fidel, menos saúde e educação. Também há de se entender que em Cuba a medicina moderna se casou com a tradicional.

Cuba, nos anos iniciais da revolução, primeiro formou um número recorde de médicos. Há cerca de 20 anos deu início à união da medicina moderna (alopática, como a existente no Brasil) com a denominada medicina natural e tradicional (MNT). Aprenderam com os chineses e vietnamitas que, por exemplo, a acupuntura pode salvar quando não se têm mais nada nas mãos do arsenal da alopatia. Cuba também abriu suas portas para os italianos da "Um Punto Macrobiótico", de Mario Pianesi. Os italianos enviaram à Cuba especialistas em macrobiótica e os cubanos realizaram testes clínicos que depois validariam o método da macrobiótica. Os cubanos também foram buscar os conhecimentos da homeopatia, fitoterapia e das massagens.

A lista de terapias oferecidas por qualquer clínica de saúde de um bairro cubano é longa: acupuntura, fitoterapia, apiterapia (terapia com produtos das abelhas), homeopatia, terapia floral de Bach, exercícios chineses tradicionais (qigong, o tai chi chuan e a ioga), a hidrologia médica (utilização das águas minerais), a talassoterapia (os benefícios do meio marinho) e, por fim, a terapia de ozônio. Trata-se de terapias naturais que o resto do mundo conhece mal ou pouco. Desde 1995 as medicinas foram casadas. Um pediatra recebe na faculdade um módulo de homeopatia. Um psiquiatra estuda também ioga. Todos os estudantes de medicina recebem uma formação em MNT e na medicina moderna. As duas se completam e uma é mais adaptada que a outra em função das patologias e dos desejos dos pacientes.

Em um longínquo bairro de Havana, o de Alamar, vinte pessoas idosas praticam duas vezes por semana o qigong. No final da prática saúdam a professora com um "saúde e vida, uma arma da revolução". Um dos praticantes tem 88 anos, mas parece ter 70. E é fato: a saúde foi uma arma tão eficaz da revolução cubana que o país deve hoje cuidar de uma população muito idosa. Como se fosse um país rico...

É sempre importante lembrar que a medicina pública praticada no Brasil, o SUS, é a cópia do modelo cubano. Cópia mal feita, nunca adaptada e muito menos priorizada. Apenas um dado salta à vista: em Cuba um médico recebe salário semelhante ao de um operário.

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Não existe um remédio mágico contra a obesidade

Uma bolacha de chocolate ou uma maçã? Um refrigerante ou um suco de frutas? Um sanduíche ou uma salada? Parecem perguntas simples, mas para muitos adultos e principalmente para as crianças a escolha pode ter um impacto significativo para a saúde. Enquanto o aparato burocrático das secretarias de saúde presta atenção ao ebola e à chikungunya, há doenças silenciosas que causam mais estragos, como a hipertensão e o diabetes, relacionadas, na maioria dos casos, com o que comemos.

Atualmente mais de 2 bilhões de pessoas no mundo padecem de excesso de peso e obesidade. Uma das mais importantes políticas públicas que começam a ser adotadas pelo mundo, e não deu o ar da graça em nosso estado, para mudar os maus hábitos alimentícios é o de aumentar os impostos para o consumo de refrigerantes e outras bebidas que recebem altos percentuais de açúcar e para a denominada "junk food" (comida lixo, porcaria) - os baconzitos, batatas fritas e demais pacotes de salgadinhos, acompanhados pelos pastéis gordurosos e sonhos de valsa.

Mas é importante ressaltar que para o excesso de peso e obesidade não existe um remédio mágico ou único. O problema exige um enfoque amplo que inclua várias medidas nas escolas, comunidades, locais de trabalho e de estudo. Ações que propiciem a atividade física e a melhoraria da dieta da população. Isto inclui regulamentação, informação e medidas fiscais. Uma torrente infindável de medidas foram tomadas contra o tabagismo. Um número bem menor de atitudes foram tomadas para combater o abuso no consumo de bebidas alcoólicas. Praticamente nenhuma medida vem sendo tomada para combater a obesidade, que é tão ou mais grave que o tabagismo e o abuso do álcool.

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Mato Grosso do Sul é o estado onde se come mais carne com gordura

Comidas com excesso de gordura, açúcar e sal fazem parte da alimentação de muitos brasileiros. Dados do IBGE mostram que 37,2% dos adultos brasileiros comem carne bovina ou de frango com muita gordura. O excesso de refrigerante é outro vilão. Segundo o IBGE, 23,4% dos brasileiros com mais de 18 anos consomem refrigerantes regularmente. Os dados também mostram que 21,7% dos adultos consomem doces excessivamente e 14,2% admitem um consumo elevado de sal.

O estado onde se come mais carne com gordura é o Mato Grosso do Sul. Nada menos que 55,7% dos adultos têm o hábito de preparar carne com muita gordura. Entretanto, os problemas com os excessos não param nas carnes gordurosas para os sul-mato-grossenses. O leite consumido também deve ser o que contêm maior teor de gordura. Nada menos que 60,7% das pessoas do estado preferem o leite integral. E a lista de excessos continua: excesso de doces é admitido por 21% das pessoas, excesso de sal ficou com 17% de nossa população e 7,3% afirmam que substituem pelo menos uma das refeições por sanduíches ou salgadinhos. Excessos que as secretarias de saúde, estaduais e municipais, deveriam combater. Preferem nomear chefes de postos de saúde e centenas de cargos nas dezenas ou centenas de departamentos visando eleições. Se preocupam com política eleitoral e pouco cuidam da saúde da população. Esse posto, de maiores consumidores de carne com gordura, é perigoso e caro.

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