O que está por trás das vendas recordes do agronegócio
O Brasil vive a crise na saúde, a vacinação é lenta, o desemprego está alto, a inflação não para de subir, as contas públicas estão em crise profunda, mas nem por isso todos os setores estão em baixa. Enquanto o PIB caiu 4,1% - terceiro pior resultado desde 1901 - a produção agropecuária cresceu 2% no ano passado.
E segue crescendo.
Em 2021, o cenário segue positivo. As exportações do agronegócio estão batendo recordes. As vendas superaram a marca de US$ 10 bilhões pela primeira vez em um mês de abril. As exportações entre janeiro e abril também são as mais altas da série histórica do eficiente Ministério da Agricultura. O crescimento quase chegou a 20% nos primeiros anos de 2021. Tudo muito bom, mas o que está por trás desses números?
China, a principal parceira.
A ideologia é a grande adversária do agronegócio. Desnecessariamente, coloca em risco constantemente as relações com a China, nosso principal parceiro comercial. Todos sabem que contra radicalização não há argumentos, só o voto cura a doença do extremismo. Ainda assim é pertinente enxergar - talvez tenham dificuldades com números - o gráfico que demonstra cabalmente a verdade das compras chinesas. Nunca esse país asiático teve participação tão grande nas vendas dos produtos do campo brasileiro quanto em 2021. Veja o gráfico, mas antes, saiba que a China respondeu por 72,7% de toda soja vendida para o exterior.
O boom das commodities no mundo.
O pano de fundo do crescimento das exportações do agronegócio brasileiro é o boom de commodities que ocorre no mundo desde o ano 2.000. As commodities tiveram um década de baixa na década de 2.010, após um boom expressivo nos primeiros anos do 2000. Em 2020, após o choque do início da pandemia, os preços das commodities voltaram a crescer. O gráfico abaixo é fruto da Thomson Reuters/Core Commodity, o mais importante medidor das commodities no mercado internacional.