O surgimento da classe média e os exuberantes mognos
Será a beleza e o conforto das residências a criar um novo tipo de pessoa que praticamente não existia: o profissional de classe média. É claro que em qualquer sociedade sempre houve pessoas de posição mediana, mas nunca como uma sociedade diferente e com força na participação econômica e política. Esse foi um fenômeno que surgiu no século XVIII. O termo "classe média" só foi inventado em 1.745. Estranhamente, surgiu em um livro sobre o comércio de lã na Irlanda.
A mudança que fez o mundo moderno.
Desse momento em diante, as ruas e cafés da Grã Bretanha viram uma abundância de pessoas autoconfiantes, loquazes, bem de vida, que correspondiam a essa descrição: banqueiros, advogados, comerciantes, editores, incorporadoras imobiliários e outros dotados de ambição e espírito criativo. Nasceram para servir não só aos muito ricos como uns aos outros. A classe média sustentava a própria classe média. Foi essa mudança que fez o mundo moderno.
Mogno, a característica marcante de uma casa de classe média.
De repente surgiu um enxame de pessoas com residências esplêndidas., todas necessitando de decoração. Esse mundo passou a se encher de tapetes, espelhos, cortinas, moveis estofados e bordados. Também aconteceu uma mudança inesperada. Na Grã Bretanha os móveis eram fabricados apenas de carvalho, uma madeira sólida e duradoura, mas adequada apenas para móveis pesados como camas e baús. O comércio da Grã Bretanha com outros países disponibilizou a teca da China, a nogueira e a tulipeira dos EUA. Mas a madeira mais desejada pela classe média era o mogno da América Central e do Sul.
Surgiu o sofá.
E isso mudou tudo dentro das casas. Mudou até a forma como as pessoas se sentavam, conversavam e recebiam visitas. Foi nessa época que surgiram os primeiros sofás. Thomas Chippendale foi seu criador, deu-lhe o nome de "sopha". Dizia que era ousado e lascivo por se parecer com uma cama. E foi um grande sucesso de vendagem por evocar o sexo.
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