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Em Pauta

Os italianos estão chegando.... e vem casar!

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 25/06/2024 08:20
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A história da imigração italiana para o Brasil é um filme repetitivo. Desembarcaram no porto de Santos, e dali, foram levados para todas as regiões do país. Todas receberam levas de italianos. Imenso sofrimento os aguardavam, mas nunca deixaram de trabalhar arduamente e de sonhar. Simplesmente, eram levados a uma terra inóspita e despovoada, e ali jogados. A pior barbáries cometida contra eles se deu com as dezenas de italianos levados à Amazônia, para viverem próximos a aldeias indígenas hostis. Foram dizimados rapidamente. Mas essa não é a história dos italianos que vieram para o Mato Grosso do Sul.


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Um longo caminho.

Os primeiros italianos que chegaram no Mato Grosso do Sul percorreram um longo caminho. Saíram do Sul italiano, tanto da Campânia (região de Nápoles) e da Calábria (região de Catanzaro) para Buenos Aires. Da capital argentina, foram a Assunção, no Paraguai. E, sempre pelas águas, chegaram a Corumbá. Era uma época que o Mato Grosso do Sul estava entrando nos "burburinhos", entre estrangeiros, de terra hospitaleira e rica. Ainda não havia estalada a guerra provocada por Solano Lopez.


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Eram jovens casadoiros e urbanos.

É interessante conhecer que, enquanto os demais italianos que aportaram no Brasil vinham com suas famílias, os que chegaram em Corumbá, eram todos solteiros. Não só foram muito bem recebidos como logo adquiriram fama de "bons partidos", jovens dispostos a casar, com o pleno consentimento e cooperação dos pais das noivas. Ainda que extremamente pobres, os pais das moças casadoiras viam neles potencial para a manutenção de seus patrimônios. A outra diferença dos italianos das demais regiões brasileiras, os de Corumbá eram urbanos, não foram a essa cidade tão distante para trabalhar a terra. Se estabeleceram no comércio e no comando das construções de prédios.


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Missão quase impossível: ter a anuência do padre.

Mas engana-se quem imagina que um italiano podia se casar com quem bem entendesse. Obter essa permissão era uma façanha. Algumas solicitações ao padre são conhecidas pelos estudiosos da nossa história. Trazem o nome do italiano, sua filiação e local de nascimento. Contam a viagem pela Bacia do Rio da Prata, além do nome da noiva e de sua filiação. Todas terminam afirmando: "conservando-se como ainda se conserva no estado de solteiro, livre e desimpedido para se casar". É claro que o padre não demandava seu colega italiano. Uma carta, como essa, levava muitos anos para ser respondida.... quando obtinha resposta. Pode-se crer que o poder de determinar a solteirice do italiano estava nas mãos do padre.

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