Os riscos de super incêndios de sexta geração
Em 2020 vimos o Pantanal queimar. A população ficou abalada. Neste ano, os incêndios se repetem. Não há abalo. A população passou a considerar inevitável a destruição do Pantanal? Os dois podem ser classificados como super incêndios ou incêndios de sexta geração. Tem um potencial enorme de imprevisibilidade.
Meteorologia incendiária própria.
O maior perigo é a capacidade de convecção do fogo, isto é, o potencial de criar uma meteorologia própria no interior do incêndio devido à rápida ascensão de enormes massas de ar a altíssimas temperaturas. As consequências mais chamativas e perigosas desse fenômeno é a criação de "pirocúmulos". São enormes nuvens como as que ocorrem durante uma erupção vulcânica. Essas nuvens, ascendem em forma de chaminé sobre o fogo, levando consigo material incendiário. E elas podem desabar como se fossem um edifício em demolição. É assim que provocam uma "tormenta de fogo" que arrasa tudo que esteja a seu alcance.
Não há meios materiais e nem humanos.
A principal característica desse incêndio de sexta geração, enormemente destrutivo, é que ultrapassam a capacidade de extinção com meios humanos e materiais. Uma vez desatados, só ótimas condições meteorológicas para debelá-los. As equipes de combate pouco - ou nada - podem fazer.
Prevenir, a única solução.
Só há uma saída para que não vejamos um 2022 com incêndios de sexta geração: a prevenção. Todos sabem que a imensa maioria dos incêndios são causados pelos proprietários das fazendas. A legislação ambiental protege nossas matas - multas em pecúnia, impedimento de contrair empréstimos bancários, chega a impedir o uso das terra pelo proprietário. Mas falta vontade das autoridades. Não aplicam a legislação que são obrigados respeitar. São cúmplices do crime ambiental mais importante de nossa história.