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Em Pauta

Por que muitos países deixaram de comprar a vacina da Pfizer?

Mário Sérgio Lorenzetto | 30/04/2021 14:20
Por que muitos países deixaram de comprar a vacina da Pfizer?

As nações de baixa e média renda estão enfrentando uma escassez inescrupulosa de vacinas. Até agora, essa escassez global foi obscurecida por raros bolsões de abundância de vacinas em países mais ricos como os EUA, Inglaterra, China, Israel e Emirados Árabes. Mas se a escassez não for resolvida logo, milhões de pessoas continuarão a adoecer e morrer. As economias mais frágeis continuarão a vacilar e as as mais ricas ficarão ainda mais ricas. A solução é uma só: vacina. Todavia, não há vacina sendo produzida para todos. Até hoje, somente 1,3 bilhão de doses de qualquer tipo foram produzidas no mundo. Há um estudo demonstrando que somente daqui a três anos a população mundial estará vacinada. Se a única solução é a vacina, a queridinha do brasileiro é a da Pfizer. Muitos políticos estão enxovalhando a administração Bolsonaro por não tê-la adquirida em agosto do ano passado. Sem dúvida, há muito a contestar sobre as atitudes do governo federal frente à pandemia, mas essa não é uma delas.


Por que muitos países deixaram de comprar a vacina da Pfizer?

Até prédio de Embaixada.

O New York Times trás na sua edição de ontem - 30 de abril - as exigências que a Pfizer vem fazendo para a venda de sua vacina. "Pediu aos governos que disponibilizassem ativos soberanos, incluindo suas reservas bancárias, edifícios de embaixadas e bases militares, como garantia contra ações judiciais", acusa o jornal norte-americano. E continua: "É compreensível que alguns países tenham recusado tais demandas, e o ritmo dos acordos de compra diminuiu como resultado".


Por que muitos países deixaram de comprar a vacina da Pfizer?

Vacinas nacionais.

Falta de vacina, falta de oxigênio, falta de medicamentos hospitalares, a propaganda do vergonhoso "kit de tratamento precoce", os erros do governo no combate à pandemia viraram CPI. Um breve parêntesis: essa CPI é apenas o primeiro round das eleições de 2022, não trará nenhum benefício para a população no curto prazo. Sim, há muitos erros graves. Mas o erro número um foi não termos investido na produção de uma vacina nacional desde fevereiro do ano passado. Não em uma vacina como a da Pfizer, mas em uma vacina simples, como a que está sendo feita nos Estados Unidos pelos cientistas Peter Hotz e Maria Bottazzi do Baylor College of Medicine. Estão usando a mesma tecnologia para fazer a vacina contra a hepatite B - em uso há quase 40 anos. É barata e fácil de produzir. E ainda melhor, não será patenteada. Planejam doar a técnica para qualquer país. Se tivéssemos optado por alguma vacina como essa, em um prazo de tempo muito curto teríamos dezenas de milhões de doses.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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