Reviravolta no TCE: nunca houve tanta disputa por um pijama bem assalariado
A nomeação para a vaga de Conselheiro do Tribunal de Contas engendrada por alguns deputados foi parar na Justiça. No momento, restam apenas duas hipóteses e dois candidatos. A primeira, tida como a mais difícil pelos advogados, é a da nomeação ainda que não definitiva do deputado estadual Antonio Carlos Arroyo. Essa hipótese parte do pressuposto que a caneta dos novos governantes não participará do processo. A alternativa é da decisão judicial em prol do pleito da maioria dos Conselheiros do Tribunal de Contas pelo indeferimento da nomeação do parlamentar. Nesse caso o poder de nomeação retornaria para o governador Reinaldo Azambuja. Os novos poderosos, dizem seus mais próximos companheiros, passaram, nos últimos dias, a entender que não seria de "bom tom" escolher uma terceira alternativa e assim estariam propensos a nomear o ex- secretário de Obras Edson Girotto. Ainda resta esperança para o tocador de obras passar a analisar a contabilidade dos poderosos do Estado. Uma reviravolta e tanto. Mas, janeiro será o mês mais quente das últimas décadas para os envolvidos na mais difícil nomeação de um Conselheiro da história. Nunca houve tanta disputa por um pijama bem assalariado.
Despedida de 2014 traz lembranças de pessoas que deixarão saudades
O ano de 2014 marcou algumas despedidas. Entre elas a de José Wilker, que, saudável, foi vítima de infarto. Precocemente, o cinema perdeu astros de primeira grandeza como Philip Seymour Hoffman e Robin Williams. Não foi fácil perder tantos gênios em um só ano.
Foi embora o gênio indomável de Gabriel Garcia Marquez, que se despediu aos 87 anos de textos maravilhosos como "Cem anos de solidão". Gabriel Garcia Marquez recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1982 pelo conjunto de sua obra. Também partiu, aos 73 anos, o escritor João Ubaldo Ribeiro, autor de "Sargento Getúlio" e de "A Casa dos Budas Ditosos". E ainda no campo da literatura, perdemos o autor de " O Auto da Compadecida": Ariano Suassuna, foi um dos maiores da literatura nacional. Perdemos a companhia de Luciano do Valle, nos domingos de futebol. Ele foi um dos
maiores locutores esportivos que o país ouviu. Hugo Carvana também nos deixou. E sem ele o cinema nacional empobreceu. Hugo Carvana trabalhou no "Vai trabalhar, Vagabundo" e "A Casa da Mãe Joana".
Um ano de despedidas e de lembranças de pessoas que deixarão saudades. O ano novo sempre vem acompanhado de muitos desafios a serem cumpridos. Mas eles só serão superados com muita fé no coração. Mude, transforme, renove sua maneira de pensar, de olhar o mundo de uma maneira mais fraterna e mais tolerante. Busque uma intensa mudança em seu ser. Esqueça as raivas e os ódios, eles só te desgastam. Busque a tranquilidade e a harmonia. Um ano de alegrias a todos.
Banco Central faz 50 anos: uma história de medo e submissão
A onda de criação de bancos centrais na América Latina ocorreu entre as décadas de 1920 e 1930 por recomendação dos denominados "money doctors", ou terapeutas financeiros: eram economistas de países ricos que visitavam a região para prescrever remédios financeiros em nome dos grandes bancos de Londres e Nova York, trabalho que se assemelha hoje ao do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em 1931, um desses "doctors" chegou ao Brasil chefiando uma missão. Era o diretor do Banco da Inglaterra, Sir Otto Niemeyer. Era o início do Estado Novo, quando um golpe com participação de tenentes tinha levado Getúlio Vargas ao poder. Niemeyer propôs a criação de um Banco Central, mas o governo Vargas não tocou a ideia adiante. Os assessores de Vargas são considerados, hoje em dia, como keynesianos antes de Keynes. Os "doctors" desejavam estabelecer o equilíbrio orçamentário em meio à Grande Depressão. Os assessores de Vargas queriam aumentar os gastos para induzir a recuperação da economia. Deu-se o choque entre os brasileiros e os ingleses e o Banco Central não saiu do papel.
Havia um grande medo de subjugar nossa economia à totalidade dos interesses ingleses (a Inglaterra nessa época dominava o comércio mundial). Somente no final do governo Vargas foi editado um decreto-lei criando um arremedo de Banco Central, sem poder algum: a Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc). Era o embrião do Banco Central. Somente em 31 de dezembro de 1964, no primeiro ano dos militares no poder, com a Lei da Reforma Bancária, foi criado o Banco Central.
O primeiro presidente desse BC foi Denio Nogueira e ele se manteve entrincheirado no cargo em 1967. O novo presidente Costa e Silva queria substituí-lo por
alguém mais maleável no trato da inflação, na esperança de alavancar o crescimento da economia. Mas havia um obstáculo: a lei que criara o Banco Central garantia independência formal à instituição e mandatos fixos a seus dirigentes.
Costa e Silva não se fez de rogado: pressionou com força total, enviou mensagem ao Senado nomeando um novo presidente do banco - o economista Ruy Leme, indicado pelo czar da economia da época, o então poderoso ministro da Fazenda, Delfim Netto (hoje o grande pensador que orientava os passos de Guido Mantega).
Os parlamentares recusaram a mensagem, alegando o óbvio, que os cargos não estavam vagos. A pressão e o medo aumentaram e, em 22 de março, Denio Nogueira jogou a toalha e enviou a Costa e Silva as cartas de renúncia de todos os dirigentes do Banco Central. Foram vencidos pelo medo da extinção do banco.
A história do banco teve progressos extraordinários, muito melhor que seus irmãos latino-americanos, que foram criados bem antes. Mas é, também, uma história de submissão, especialmente aos ruralistas e industriais, bem como aos presidentes da República e seus ministros da Fazenda. Sempre fraca em poder, mas forte no respeito ao cumprimento de seus propósitos.
Empresas de festas comemoram 2014
O ano foi de crise, mas as empresas do ramo de festas têm muitos motivos para comemorar. A estimativa é que esse mercado tenha movimentado R$ 15 bilhões em 2014, algo como 8% de crescimento. Todavia, antes de 2013, o setor crescia, em média, 20% ao ano. Apesar de um aumento que pode ser muito festejado, os analistas creem que o patamar atingido se deveu à elevação dos juros e à restrição do crédito. Casais que iriam se unir postergaram a comemoração para 2015.
O Brasil conta com quase 19 mil empresas voltadas para eventos sociais, formaturas e casamentos, que formam uma cadeia de negócios que movimenta mais de 15 categorias de produtos e serviços, como decoração, iluminação, organização e bufês.
Há uma novidade nessa área: sites começaram a organizar festas e o amigo secreto. São novos serviços baseados na internet que estão movimentando o setor de festas. Há sites que ajudam os produtores de eventos a controlar a bilheteria, organizam amigos secretos e criam gerenciadores financeiros para os clientes manterem as contas das comemorações sob controle. Para alguns deles, o crescimento dos negócios neste ano foi explosivo - estimam em 400% no comparativo com o ano de 2013.