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Em Pauta

Um lugar onde as mulheres estão proibidas de entrar

Mário Sérgio Lorenzetto | 17/11/2016 07:08
Um lugar onde as mulheres estão proibidas de entrar

Conseguem imaginar um lugar onde as mulheres são proibidas? Para tentar visitar o lugar é preciso apresentar um passaporte e pedir entrada no "Bureau de Peregrinos". Todos os dias apenas 100 fiéis e 10 não fiéis são admitidos para uma estadia de três noites no máximo. O veto é levado a sério. Mulheres tem de ficar para trás enquanto seus companheiros entram nas balsas em um dos dois portos mais próximos do lugar.

Em verdade, a regra estabelecida no século X diz que animais do sexo feminino estão proibidos de entrar no lugar, mas não fala nada de mulheres. O motivo é simples de entender e complicado de praticar: garantir o celibato.

Esse lugar é o Monte Athos, localizado na Grécia, uma grande península com 335 quilômetros quadrados. A mais extensa área do mundo onde proibiram a entrada de mulheres. As pessoas que visitam o Athos estão em busca de um de seus 20 mosteiros. A Igreja Ortodoxa os mantêm desde tempos imemoriais. Toda a península funciona como se fosse um grande mosteiro. Uma das tradições correntes no Athos é que a Virgem Maria teria desembarcado nessa península, após sair de sua rota que a levaria para o Chipre. Teria gostado tanto do lugar que solicitou a seu filho que o desse a ela. E ele concordou. Assim, o Monte Athos, para os cristãos ortodoxos, pertence à Virgem Maria. E é chamado de "Jardim da Mãe de Deus". É dedicado a sua glória. E ela sozinha representa seu sexo no Monte Athos.

A regra é valida para todas as mulheres e fêmeas. A única exceção são as gatas. Como na maior parte da Grécia, há gatos por todos os lados no Athos. Os padres ortodoxos "fecham os olhos" para as gatas (sem duplo sentido). Como os padres se deliciam com ovos, são obrigados a importa-los. Não há galinhas, só galos. Como são impossíveis de ser controlados, os animais selvagens ficaram de fora da proibição. Não há como passar o dia caçando pombas para expulsá-las.

Um lugar onde as mulheres estão proibidas de entrar

Outros lugares onde mulheres não podem entrar

Monte Omine, no Japão. A área é considerada sagrada pelo Shunguendô, uma religião popular. Seus seguidores testam sua fé através de desafios físicos extenuantes.

Templo de Sabarimala, na Índia. Não recebe mulheres que tenham entre 10 e 50 anos, ou seja, aquelas que poderiam menstruar.

Herbertstrasse, na Alemanha. É uma rua de prostituição em Hamburgo. Em sua entrada lê-se: "Proibida a entrada de jovens de menos de 18 anos e mulheres".

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9 de novembro, o Dia do Muro

Este, poderia ser denominado o "Ano de todos os lutos". Um ano aziago, azarento e infeliz. Mas, o 9 de novembro é uma data mais importante que o 2016. Em um dia como esse, caiu o Muro de Berlim. Corria o ano de 1989, os alemães resolveram unir o mundo nesse dia. Uma festa mundial. Derrubaram o Muro e irmanaram os povos. Exagerados preconizaram o fim da História. Um só país, uma só ideologia, uma só economia. O mundo estava salvo do fim. O planeta se livraria das ogivas atômicas. Ledo engano.

9 de novembro de 2016, o dia que formatou a construção do Muro que divide os Estados Unidos do México. Cai um Muro, constroem outro. Os povos voltam a se dividir. Se isso não é a História a funcionar, com toda sua ironia, é melhor parar de fabricar cimento e tijolos.

Trump é um visionário. Percebeu que os odiadores não vão apenas odiar. Sairão às ruas a gritar, espancar seus oponentes mais fracos, suprimir as leis que não lhes agradam. E, principalmente, vão votar. A democracia também constrói ditadores. Foi assim com Adolf, com Benito e, mais recentemente, na vizinha Venezuela, com Hugo. Não importa o uniforme ou terno que vistam. Podem andar até de bermudas. São ditadores. Odeiam.

Um lugar onde as mulheres estão proibidas de entrar

Mike Pence, o futuro vice presidente dos EUA, que fez uma lei contra os gays

No ano passado, uma lei sacudiu o mundo da bandeira multicolorida gay nos Estados Unidos. Tudo começou com o proprietário de um restaurante que proibia casais gays de frequentarem seu estabelecimento. Em Indiana, um estado sem importância no cenário político norte americano, nascia um líder dos cristãos conservadores. Após algumas manifestações do comércio, contrárias aos gays, Mike Pence elaborou uma lei atendendo a parcela dos proprietários de empresas.

Casal gay não pode entrar. Mas a onda de manifestações contrárias à essa lei, fez Pence voltar atrás. Os casais gays retornaram aos bares, restaurantes e lojas. Foram realizadas sessões de beijos gays em alguns. A derrota de Pence, transformou-se em vitória. Catapultado pela posição intransigente contra os gays (dizia que a liberdade dos gays chocava-se com a religiosa), Pence tornou-se figura de proa no Partido Republicano. Como um dos raros membros que apoiou Trump (após a derrota de Ted Cruz na escolha do candidato do partido), Pence foi convidado para o cargo de vice presidente. Passa a ser o aríete de combate de Trump nas questões dos direitos civis.

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