Vem aí o ano do macaco
A passagem do Ano Novo Chinês, que em 2016 ocorre no dia 08 de fevereiro, sob o signo do Macaco, é a grande festa que reúne as famílias chinesas. É o equivalente ao Révellion nos países ocidentais pela imensidão das festas nas ruas toneladas de fogos de artifício para afugentar “maus espíritos”.
Na China e em todas as "Chinatowns" espalhadas pelo mundo, os edifícios são enfeitados com lanternas vermelhas. Entre 24 de janeiro e 03 de março, o gigante asiático deverá registrar 3 milhões de viagens de ônibus. É o maior movimento de pessoas em um só país que ocorre no mundo. Para os trabalhadores esse é o único período do ano em que reveem os pais. Mas quando estiverem reunidos com a família em torno de uma mesa festiva muitos homens serão lembrados " da vergonha que é estar solteiro". Alguns ouvirão até mesmo um ultimato: "traga uma noiva da próxima vez ou te deserdamos".
Em outros países não seria para levar à sério, mas na China é diferente, a forma como os pais se intrometem na vida dos filhos é lendária. Para fugir ao estigma, há quem recorra a esquemas dignos de filmes. No Taobao, o maior portal de comércio eletrônico da China, era possível alugar uma falsa noiva por uma taxa entre 140 e 1.400 euros. Entretanto, o governo de Pequim acaba de proibir o "negócio". Os analistas de horóscopo chinês estão afirmando que 2016 não será um bom ano para casar. Uma boa desculpa para os milhões de jovens solteiros chineses que não têm mulheres à disposição para casar. Há quase 2 homens para cada mulher na China.
Indiana Jones de saias e com um computador na mochila.
Sarah Parcak é uma arqueóloga da Universidade de Cambridge. Ela acaba de ganhar um prêmio de US$ 1 milhão para investir em pesquisas. Sarah é a criadora de um método para descobrir sítios arqueológicos por meio da análise em infravermelho de imagens de satélite. Esse método também está sendo utilizado para encontrar possíveis relíquias sendo saqueadas no Oriente Médio - o que rendeu a ela o apelido de "Indiana Jones de saias", ainda que armada com computadores e não com chicotes.
Rei Arthur e o marketing dos monges.
A Abadia de Glastonbury, na Inglaterra, foi um grande centro de peregrinação na Idade Média. Os peregrinos iam de toda a Europa para conhecer a tumba do famoso Rei Arthur, cantado em verso e prosa pelos trovadores. Ela também seria a suposta igreja mais antiga da Grã-Bretanha e teria sido fundada por ninguém menos que José de Arimatéia - aquele que teria recolhido o sangue de Jesus na cruz com o Santo Graal.
Foi tudo uma armação dos monges para atrair mais peregrinos, um golpe de marketing. Um estudo que levou quatro anos, revisando escavações e documentos antigos, da Universidade de Reading, revelou que a suposta tumba de Arthur continha apenas pedras, que a lápide foi forjada e que toda a arquitetura da igreja - reconstruída após um incêndio em 1184 - foi planejada para fazê-la parecer mais antiga do que era.
Só um milagre tecnológico salvará o planeta.
Bill Gates deixou sua companhia para se dedicar a outro projeto: usar sua fortuna de bilhões de dólares para preencher lacunas onde os governos são ineficientes. Quer encontrar a cura para a malária e conter o avanço da Aids na África. Mas isso não basta para Gates. Desde o último novembro vem trabalhando com a questão climática. Criou a "Breakthrough Energy Coalition", um fundo de investimentos para fomentar pesquisas que possam gerar tecnologias limpas. Ele acredita que painéis solares e turbina eólicas não resolverão o problema climático do mundo por caso do tempo necessário para implantá-los no mundo. Para frear o aquecimento até o limite de dois graus Celsius até 2.100, teto posto como seguro pelos cientistas, será preciso reduzir o volume de emissões de gases de efeito estufa de forma avassaladora. E, segundo Gates, isso só ocorrerá por meio do que chamou de "milagre energético". Para ele só uma inovação tecnológica salvará o planeta, algo encarado com desdém pelos especialistas. Mas, o que vale mesmo é que Gates entrou nessa luta, com muita capacidade de articulação e com seus bilhões.
A virada no rumo dos anúncios da Coca-Cola.
A Coca-Cola comanda os rumos dos anúncios publicitários em todo o mundo. Durante sete anos a fábrica de xarope mais rica do planeta vendeu um ideal de felicidade que não se consagrou. A peça publicitária mais famosa desses anos era a do multiculturalismo - europeus convivendo harmoniosamente com árabes, africanos, asiáticos e americanos. Lindo, mas apenas uma utopia para os tempos de Al Qaeda e Estado Islâmico. A Coca-Cola fechou esse ciclo como se fecham as portas para a união entre os povos.
A nova campanha da Coca-Cola não se furta a contar histórias. Essa é uma tendência que veio para ficar no mundo publicitário. Assumiu a importância do "storytelling", cada peça publicitária é um pequeno conto sem diálogos. Trazem temas atuais e interessantes - bullying, separações entre namorados, amor fraternal, pressão nos esportes... Tudo emoldurado por canções melosas e finais felizes. Até a Coca-Cola descobriu que o mundo deixou de ser um anúncio da Coca-Cola.