Qual é a melhor hora para comprar?
Quando fui convidado a escrever este artigo para o Dinheirama, pelo Renato De Vuono, encarei isso como um grande desafio. Intuitivamente, e para ser franco comigo mesmo, sabia que deveria escrever sobre algo que vivi ou vivo no meu dia a dia. Há muitas pessoas que vejo ao meu redor que não têm um padrão de vida mais elevado que a sua condição financeira, mas mesmo assim vivem endividadas e “não tem dinheiro para nada”.
Percebo que isso acontece principalmente por causa dos benditos clichês “Eu mereço ter isso agora!” e “Eu mereço fazer isso agora!”. Essas pessoas vivem suas vidas fazendo empréstimos e financiamentos, como se isso fosse uma coisa normal.
Muitas delas acham que se não comprarem parcelado ou financiado, não conseguirão adquirir nada do que “merecem”. De fato, nós somos “bons” em gastar, gastamos todo o nosso salário até o último centavo e ainda algum crédito se tiver disponível, com isso realmente não sobra nada para guardarmos e investirmos para adquirir algo no futuro. Na verdade, se encararmos os investimentos com a mesma seriedade que damos ao que pagamos por cada parcela daquele financiamento ou empréstimo para adquirir o bem que queremos, certamente conseguiríamos comprar o objeto de desejo em tempo menor que o do parcelamento feito.
Infelizmente, isso aconteceu comigo na compra do meu primeiro carro zero km, aos 22 anos de idade. Meu “sonho de consumo” era ter um carro zero km, então tive que aprender com meu próprio erro:financiei em 48 vezes e paguei muito mais por ele, e ainda tive que dar uma entrada com meu carro usado que estava quitado na época. Este mesmo carro zero km, que valia R$ 40 mil, custou R$ 54 mil para o meu bolso e,após 5 anos, não vale R$ 25 mil. Para finalizar o raciocínio do meu exemplo, se eu tivesse me informado melhor e tivesse o mesmo conhecimento que tenho hoje (e que compartilho através deste artigo com você), eu teria comprado o mesmo à vista, semi novo (2 anos de uso), por R$ 30 mil reais. Com isso teria “economizado” R$ 24 mil reais e o carro atualmente teria se desvalorizado nas minhas mãos apenas R$ 5 mil reais. O meu imediatismo me custou muito caro! Este é o preço alto que pagamos através de juros exorbitantes somados ao custo de oportunidade que teríamos ao aplicar este valor.
“Ah, mas se você não tivesse financiado, será que teria guardado esse dinheiro?”, eu já ouço você perguntar. Essa é uma questão muito pessoal! Mas a verdade é que cada um deve fazer suas próprias escolhas e nossos resultados futuros serão frutos dessas escolhas feitas agora, no presente. Realmente, como eu não tinha e nem mesmo sabia ao certo o que era educação financeira, talvez não tivesse poupado esse valor e fizesse a escolha de gastá-lo com outras despesas desnecessárias, como roupas e acessórios, shows, bares, restaurantes e por aí vai. Apesar disso, paguei o financiamento e ainda assim comprei roupas e acessórios, frequentei shows, fui a bares e restaurantes e fiz muitas outras coisas nesse mesmo período.
Não precisei adquirir nada além do que pudesse ter sido adquirido com esse dinheiro, ou seja, seriam gastos realmente desnecessários. Engraçado como tudo isso é fruto de nossas emoções (vontade de ter aquilo agora) e do pensamento focado apenas na parcela que cabe no bolso. Mas, graças a Deus e às minhas atitudes, venho adquirindo Educação Financeira através de livros, cursos e artigos como estes do portal Dinheirama.Ah, sim, além de aprender, vivenciar e observar meus próprios erros e acertos, e também das pessoas ao meu redor. Como eu gostaria de ter essas informações antes dos meus 20 anos.
E digo que, ainda hoje, mesmo tendo bastante informação sobre finanças pessoais, cometo muitos erros. Isso ocorre principalmente em função de minhas escolhas, influenciadas pelo mundo que cresci e pelo mundo consumista em que vivemos. Porém, para não continuar cometendo os mesmos erros, estou em constante mudança, sempre buscando melhorar minhas escolhas a cada dia. Aperfeiçoando e treinando minha educação financeira para que eu possa viver o que eu acredito, sendo um bom exemplo no presente e principalmente no futuro.
Portanto, precisamos ter atitude! E não só controlar nossas emoções, mas ainda administrar nossas finanças através de um bom planejamento e controle. Também temos que avaliar os resultados e fazer os ajustes necessários no planejamento sempre e quando precisar. Além disso, é importante nos educarmos em termos financeiros constantemente! No entanto, somente aprendemos e nos educamos financeiramente com a criação deste ótimo hábito para nossas vidas através da prática e reflexão diária! E você? Convido-o a refletir neste momento! Como anda sua educação financeira?
Já tem sua planilha de controle financeiro e está atualizando-a conforme seu planejamento de curto e longo prazo? Aliás, você tem um planejamento de curto e longo prazo? Este já é um assunto para outro artigo.
Fonte:Bruno Cardoso/Dinheirama.com
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(*) Emanuel Gutierrez Steffen é criador do portal www.mayel.com.br