Eleições: muitos candidatos, pouco entusiasmo
‘NUBLADO’: “O cenário ainda não empolga, não encanta. Esquisito. Falta motivação do empresário ao eleitor comum. E não é por falta de opções de candidatos para todos os cargos. As eleições, a exemplo da Copa de Futebol no Catar - ainda não é prioridade”. Assim um experiente deputado estadual definiu o panorama eleitoral ao colunista.
CULPADOS: A legislação castradora é responsável em parte. Mas no fundo somos todos culpados, pela manifestação cética (verdadeira), pela indiferença, interesses submersos, escândalos expostos na mídia e os currículos manchados de postulantes. Pelo visto o eleitor não acredita mais na postura do tipo ‘Caçador de Marajás’ ou do ‘Enéas Guaicuru’.
EXPECTATIVAS: Talvez seja preciso até recorrer ao Omeprazol para cuidar do estomago diante dos futuros tiroteios verbais entre os postulantes. Quanto às promessas que não serão resgatadas, o eleitor está consciente de que elas ocorrerão proporcionalmente à necessidade do candidato em convencer o eleitor. É do cardápio eleitoral.
PREVISÕES: Vários vereadores e ex-prefeitos do interior circulando na Assembleia Legislativa. Sobre o clima eleitoral em suas cidades eles apostam que o ‘esquenta’ só ocorrerá em setembro. Ainda destacaram o grande número de eleitores sem candidatos ao pleito estadual. E preocupa, porque eles se negam a incluir a política nos papos do dia a dia.
FARTURA: Se em 2018 foram 356 candidatos pelas 24 vagas do parlamento estadual, agora são 393 postulantes, com 16,75 candidatos por cada uma das cadeiras. A tendência, como no pleito anterior, é que a imensa maioria deles acabem apenas exercendo o papel de figurantes colaborativos para suas legendas em benefícios de ‘figurões’ estruturados.
-DO LEITOR: “ A economia fora da UTI; PT abriu mão da luta de classes sociais em favor da agenda pelas minorias; a propaganda governista; a força dos programas sociais; a penetração entre os evangélicos; as lideranças fracas do PT no Rio, Minas e São Paulo; a influência da turma do Centrão nas suas bases. São as questões que podem beneficiar o candidato Bolsonaro. ”
A PROPÓSITO: Para alguns observadores experientes o cenário nacional - hoje praticamente definido entre as candidaturas de Lula (PT) e Bolsonaro (PL) - será definido por 3 fatores no segundo turno: a melhor estratégia do voto útil de Ciro Gomes (PDT), performance no horário eleitoral na televisão e rádio, além da melhora da economia do país.
SIMONE TEBET: Até aqui a candidatura ignorada pelo MDB local. Seus companheiros de sigla não lhe tem dado espaço, como seria natural pelo pioneirismo de sua postulação. Fica a expectativa de melhora pelos 2 minutos e 13 segundos no horário eleitoral. Não pode repetir Ulysses Guimarães em 1989 com 4,4% dos votos, apesar dos 22 minutos diários no ar.
NA TELA: Eduardo Ridel: 3 minutos, 40 segundos + 360 inserções; Rose Modesto: 2 minutos e 2 segundos + 199 inserções; Giselle Marques: 1 minuto e 23 segundos +135 inserções; Marquinhos Trad: 1 minuto e 13 segundos + 120 inserções; André Puccinelli: 58 segundos e 95 inserções; Adonis Marcos: 19 segundos, 31 inserções; Capitão Contar: 15 segundos e 24 inserções; Magno Souza: 7 segundos e 12 inserções. É o tempo deles.
DEPENDE... Os efeitos do candidato no rádio e TV. sujeitos a vários fatores, inclusive o tipo de mensagem. Encantar é a missão do pessoal de comunicação dos candidatos. A impactante Quinta Sinfonia de Beethoven, por exemplo, no texto de só 15 segundos do candidato Eneas (Prona) ao Palácio do Planalto em 1989, caiu bem no horário eleitoral.
COITADOS! O ‘glorioso’ Congresso, após o ‘monumental’ aumento de R$80,00 do salário mínimo, aprovará num piscar de olhos a majoração salarial dos abnegados ministros do STF em 18%, para R$46 mil. Mas qual político não teme o pessoal da capa preta? Vem aí a sobremesa do efeito cascata em todos os poderes que já despertou a sanha da tigrada.
MUITA GRANA: Apenas o Partido Novo renunciou ao Fundo Especial de Financiamento de Campanha. Quem terá mais dinheiro é o União Brasil com mais de R$757 milhões. Os partidos são livres para adotar critérios de distribuição de recursos, mas são obrigados a destinar, pelo menos 30% para as candidaturas femininas e proporcionalmente aos candidatos autodeclarados negros.
LUZ PRÓPRIA: Discreta nas suas manifestações e ações, a prefeita Adriane Lopes (Patriotas) vai construindo de forma eficiente a gestão frente à prefeitura de Campo Grande. Não tem sido poucos os elogios que ouço de personalidades e políticos a respeito de seu estilo e visão gerencial. Ela deu continuidade as obras e outras já estão alinhavadas para 2023. Muito bom!
LARANJAL: Não é de hoje que muitos políticos usam ‘laranjas’ para esconder bens que conquistaram em cargos públicos. Agora o presidente Alexandre de Moraes do TSE voltou a exigir a divulgação com detalhes dos bens dos candidatos a fim de tentar conter a malandragem. A intenção é boa, mas ineficiente devido os métodos de camuflagem.
A PROPÓSITO: É difícil provar de que certos políticos sejam sócios de empresas ou proprietários camuflados de bens imóveis. Desde a criação do Estado ouço comentários sobre alguns casos em que os ‘laranjas’ faleceram e as viúvas se negaram a devolver os bens que estavam em nome do ex-marido. É igual o comprador da máquina de falsificar dinheiro que não funciona. Vai reclamar pra quem?
FIM DE PAPO: O vice presidente do Tribunal de Contas, conselheiro Gerson Domingos desmentiu a notícia de que deixaria a corte. Foi incisivo nas colocações ao lembrar que não procede a hipótese de que ele visaria ocupar outro cargo público. Lembrou inclusive da quarentena obrigatória imposta para quem deixa o cargo de conselheiro. Apenas fofoca eleitoral.
PARADOXO: “ ( - )...Ao mesmo tempo em que Mato Grosso do Sul tem, ao menos, 20 mil vagas de trabalho abertas, o Estado tem cerca de 100 mil famílias vinculadas a benefícios sociais. Ou seja, a conclusão é que sobram vagas de trabalho com carteira assinada, mas falta gente qualificada e interessada em ocupar essa vaga de trabalho. O benefício em detrimento ao emprego... (- ).” (Sérgio Longen, presidente da FIEMS)
ACOMODADOS? O raciocínio de Longen está amparado nos números revelados. Acerta no alvo ao revelar a necessidade de entender os efeitos das ‘ajudas sociais’ patrocinadas pelo Governo - que de alguma forma influenciam negativamente na iniciativa do desempregado beneficiado em buscar uma vaga mercado de trabalho.
EXEMPLO: A construção civil é o maior nicho carente de mão de obra qualificada. As reclamações dos empreendedores são constantes - a qualidade e ritmo das edificações prejudicados. Atividades básicas como pintura, hidráulica e elétrica – entre outras - ainda são temíveis desafios. Construir, sinônimo de estresse (leia-se dores de cabeça).
NO FACEBOOK: O cantor Almir Sater aborda a questão do proprietário rural, obrigado a preservar 20% da área como reserva ambiental sem receber benefícios do Governo. Lembra que vários países do Primeiro Mundo, que tanto criticam o Brasil, acabaram com suas florestas e não fazem a lição de casa. Fazendeiro, Almir conhece bem o assunto.
PONTO FINAL:
“A sã política é filha da moral e da razão”. (José Bonifácio de Andrada e Silva)