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Manoel Afonso

O poder da caneta versus a fidelidade partidária

Manoel Afonso | 23/07/2021 07:20

SOBREVIVÊNCIA: é o desafio dos políticos de oposição enquanto as eleições não chegam. Eles acabam optando pela relação ‘saudável’ com o Governo, sem radicalismo, com objetivo de serem beneficiados com atendimentos em prol de suas bases eleitorais. Claro que essa postura sempre requer o jogo de cintura.

EXEMPLO: José Fragelli era o governador de Mato Grosso e na Assembleia  os deputados  ‘pedristas’  conviviam bem com o Governo, contrariando assim o  projeto de Pedro Pedrossian de voltar em 1975.  “Calma dr. Pedro, é cedo para romper…” – justificavam eles. E foi assim até o final do mandato. Aliás, a convivência  dos  ‘pedristas’  também foi ótima com o adversário Garcia Neto (PFL) que sucedeu Fragelli no Palácio Paiaguás.

REPRISE: Em nossa Assembleia Legislativa a bancada do MDB  lembra a oposição a Fragelli. Deputados surpreendem pelo entusiasmo como elogiam o Governo. A exemplo de Cuiabá, emedebistas tem no Governo (juntos em 2022?), o combustível que viabiliza  o mandato deles. O governador Reinaldo repete Fragelli nas tratativas com os deputados de ‘oposição’ –  aliás sempre  à disposição.

CANETA & PODER:  Sobreviver  4 anos sem as benesses do poder é difícil .  Insuficientes só os discursos demagogos contra o Governo. O eleitor quer as ações prometidas em campanha pelo deputado. O asfalto, a moradia, ponte e escola não chegam sozinhos. Vale a habilidade nas relações com o Executivo.  Os discursos de campanha – mera encenação! Parte do ‘script’.

CÂMARAS: É igualzinho. O prefeito atende ou não os pedidos do vereador. A caneta é dele prefeito! A sobrevivência exitosa do radical é complicada. Afinal: qual vereador não tem promessas a cumprir? Ao eleitor não interessa saber como elas são cumpridas. Ele quer que os benefícios  cheguem até ele. E ponto final!

BRASÍLIA: Notório o efeito da caneta do Executivo no mandato dos deputados e senadores. O arsenal de ‘convencimento’  vai de obras à nomeação de cargos. Aí os partidos  enfraquecem. É a democracia de São Francisco de Assis. O que vemos hoje é o filme de ontem. Só mudaram os protagonistas. O roteiro, o mesmo!

DEPUTADOS & AÇÕES: Paulo Corrêa (PSDB): ocupa espaço e agrega prestígio; visitou o Butantan e pediu à Dória doses extras de vacina. José Teixeira (DEM):  representante da região, comemora o anúncio do asfalto na MS 278 entre Caarapó e Fátima do Sul.  Lucas de Lima (Sol): comandou live com vereador Everton Romero, de Aquidauna arrecadando  4 toneladas de alimentos distribuídas a 200 famílias ribeirinhas. Neno Razuk  (PTB): pede  à Secretaria Estadual de Saúde insumos hospitalares à Funsaud de Dourados; envolvido com a causa em pról dos Autistas.  Capitão Contar (PSL): requereu copias de 4 processos licitatórios junto a Prefeitura de Ladário objetos de questionamentos; aproveita o recesso visitando as  bases eleitorais

ELEIÇÕES & SINAIS:  1º- Reeleição antecipada do vereador Carlão na presidência da Câmara da capital; 2º- Nomeação  do ex-vereador Youssif  Domingos para a TV. Educativa; 3º- Aproximação da ministra Tereza Cristina com o PP, que pode abrigar Bolsonaro; 4º- fortalecimento do deputado Paulo Corrêa (PSDB) no cenário estadual; 5º- Manifestações do ex-governador Zeca do PT; 5º- Deputada Rose Modesto (PSB) visitando 3 cidades por dia; 6º – Eduardo Riedel (PSDB) tem sido figura presente no interior de ponta a ponta.

NOVA ANDRADINA: O leitor, Prefeito Gilberto Garcia (PR), informa que em 2018 entregou a idosos de baixa renda o condomínio horizontal com 20 casas  O projeto iniciado por ele mesmo em 2012, não teve sequência na gestão de Roberto Hashioka (PSDB). Pelas imagens do vídeo enviado, o empreendimento é de bom nível e atende satisfatoriamente. A causa é nobre.

FUNDÃO: Sessão pornográfica com luzes acesas. Com o fim das doações empresariais que pagavam 75% dos gastos oficiais, a ‘conta da campanha eleitoral’ quase triplicada nesta crise financeira e sanitária.  Bolsonaro vetará a decisão, como o árbitro que consulta o ‘VAR’? Repetirá 2020 quando criticou e não vetou o Fundão de R$2 bilhões?

RADAR: O MDB tem 34 deputados federais e 12 senadores. Dos 21 presidentes  da Câmara, (desde 1985)  9 do MDB; 10 emedebistas presidiram o Senado; José Sarney e Renan Calheiros ( 4 vezes cada) . Os demais: José Fragelli, Mauro Benevides, Humberto Lucena.  Antônio C. Magalhães (PFL), Nelson Carneiro, Ramez Tebet, Jader Barbalho, Garibaldi A. Filho, Eunício Oliveira e Davi Alcolumbre (DEM) .

AÇÕES & DEPUTADOS: Evander Vendramini (PP): Publicada sua lei que iguala guarda definitiva a dependente natural em planos de saúde; monitora a onda de incêndios na região pantaneira. Gerson Claro (PP): foi a inauguração do Corpo de Bombeiros  em Santa Rita e prestigiou o’ nat’ de Bela Vista; saiu o resultado da licitação de reforma de escola de Itaporã que ele solicitou. Marçal Filho (PSDB):garante duas unidades móveis (trailers) de saúde para Dourados; liderou no endereçamento de emendas para Dourados. Pedro Kemp (PT): foca ações anti Covid em pról dos funcionários da educação e saúde e na questão da volta às aulas. Mara Caseiro (PSDB): Governo atendeu seu pedido viabilizando 10 computadores à Escola Indígena de Dois Irmãos do Buriti. Batalhadora.

1 – DISTRITÃO: “Sou contra, porque privilegia personalismos, degrada a pluralidade e não contribui para a saúde da democracia, que depende da conjugação de interesses da maioria com os direitos da minoria. O distritão em suma, desenhará um cenário de políticos desprovidos de compromisso partidário e apenas vinculados a projetos pessoais de manutenção de poder…” (Fabio Trad,  dep. federal-PSD) (‘ Correio do Estado’)

2 –DISTRITÃO: “O Distritão acaba com algumas discrepâncias que temos  candidatos muito bem votados, mas que não entram por causa do quociente eleitoral. Os caciques não querem perder o controle de suas chapas. As coligações (extintas em 2020) atrapalhavam muito. Sempre houve muito poder financeiro e político envolvido…” . (Loester Trutis, dep. Federal PSL) (‘Correio do Estado’)

FADIGA: A oxigenação de ideias resulta em renovação, sem necessariamente avaliar a gestão de entidades públicas ou privadas. Eleições estaduais/municipais são exemplos.  As eleições da Ordem dos Advogados do Brasil no MS também  dando sinais de desejos por mudanças. É natural – pois a fadiga do poder enseja renovação.

DEPUTADOS EM AÇÃO:  Lídio Lopes (Patri): no recesso faz visitas para ouvir sugestões e reivindicações de vereadores, prefeitos e população. João Henrique (PL): mantém contato com lideranças políticas do Bolsão e confere as ações contra o Covid nas suas cidades.  Amarildo Cruz (PT): no recesso visita bases eleitorais e confere a política de vacinação anti Covid em várias cidades.  Antonio Vaz (Rep): Presidente da Comissão de Saúde elogiado em sua postura pelo ministro Marcelo Queiroga no combate ao Covid; José C. Barbosa DEM): destinou  Cr$6.228 milhões a setores diversos da gestão pública de Bela Vista; aprovada sua lei regulamentando exibição de filmes aos autistas nos cinemas.

ALMANAQUE: Goiás, 246 municípios; mais de 7 milhões de habitantes; a 9ª. economia do país.  Desmembrado em 1744 da Capitania de São Paulo que ia do Uruguai a Rondônia. No início perdeu uma faixa territorial para o Maranhão, outra ao Mato Grosso (Leste), Minas Gerais ( ‘Triângulo Mineiro’) e a parte do norte ao atualTocantins.

‘SALADÃO’: A pretensão de se unir o PSL, PP e DEM – que seria o maior partido com 15 senadores e 121 deputados já provoca comentários de como ele ficaria aqui no MS.  A situação do ex-ministro Luiz H. Mandetta (DEM), por exemplo, seria desconfortável e ele aproveitaria a futura janela para sair. Mas convém esperar mais.

VOTO IMPRESSO-1: Ministro Luis R. Barroso (STF): “Se o presidente da República ou qualquer pessoa tiver provas de fraude tem o dever cívico de entregá-la ao tribunal e estou com as portas abertas. O resto é retórica política,  palavras que o vento leva”. Ex-deputado Miro Teixeira: “O voto impresso foi motivo das maiores roubalheiras. Na República Velha, tinha até recibo, o que deu origem ao voto de cabresto”.

VOTO IMPRESSO-2: “Por que alguém que tem segurança no sistema existente brigaria tanto para que não se tenha um mecanismo de controle?  Estranha a defesa tão apaixonada de alguns tentando evitar. Não é porque você nunca foi assaltado em casa que vai deixar a porta sem tranca ou aberta.” (ex-deputado Eduardo Cunha)

PONTO FINAL:

No Japão, os corruptos cometem o ‘Harakiri’.

Na China, eles são mortos, a família paga pela bala. 

Na Itália, acabam presos e sem privilégios.

No Brasil, eles concorrem às eleições.

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