Bloqueio em calçada provoca discussão entre dona de bar e vizinha
Dona do estabelecimento alega que vizinha não deixa que clientes estacionem nem próximo de sua casa
A colocação de estacas para dividir a calçada virou motivo de desentendimento entre vizinhas. Agora, quem passa pelo local, no Bairro Caiçara, percebe os obstáculos colocados após desentendimentos entre a comerciante Cristiane Rodrigues, de 41 anos, dona de um bar, e Andreia Santana da Silva, de 48 anos, que mora com a avó do lado do comércio.
Nesta quarta-feira (19), a pensionista civil do Exército instalou um bloqueio com estacas e correntes no limite entre os dois locais, o que causou indignação na dona do bar. “Tem dias que ela coloca a fita amarela em toda a calçada, pega o carro e fecha tudo. Fala que a calçada é dela, e se qualquer pessoa usar um pedacinho do espaço, pega o carro e fecha tudo”, disse Cristiane, que administra o bar junto do marido há cerca de nove meses.
A dona do bar disse que colocou um tapume no comércio para evitar que Andreia molhasse os clientes por ali. “Coloquei esse tapume aí porque ela molhava os clientes, estou aqui há nove meses e tudo isso já acontece desde de que o antigo dono estava aqui. As estacas ela colocou hoje, passa fita em tudo, coloca os baldes e proíbe os veículos darem ré na calçada”, destacou Cristiane.
Natural de Rondônia, a mulher disse que hoje será outro dia complicado, visto que o fluxo de pessoas no bar será maior em razão dos jogos de futebol transmitidos aos clientes, fator que segundo Cristiane pode provocar novas reclamações e discussões entre as partes. “O barulho aqui do bar não é muito de som e sim de jogo, meu alvará de funcionamento é até meia-noite, hoje é dia de jogo, homem fala muito alto, sabe como é”, finalizou a comerciante.
Neta de Iracema Custódio, 94 anos, Andreia Santana da Silva vive com a avó e a irmã para cuidar da idosa, professora aposentada e ex-servidora estadual. Ao Campo Grande News, Andreia Santana disse que a área está fechada por conta de algumas reformas que está fazendo no local, o que, segundo ela, pode incomodar os vizinhos. “Estou tentando colocar piso tátil aqui há uns seis meses, quando tento fazer alguma coisa, jogam água”, destacou à reportagem.
Com alguns baldes e estacas dentro de canteiros em frente da casa, Andreia Santana disse que o espaço servirá como uma área verde. “Nesses espaços vou colocar grama e plantar coqueiros, uma espécie de calçada verde. Aqui do lado tinha grama, mataram minhas plantas jogando bebida”, frisou Andreia, que vive na região desde o período da pandemia de covid-19.
Questionada sobre os bloqueios na calçada e o fato de isso atrapalhar o fluxo de pedestres, Andreia disse que toda vez que tentar fazer algo na frente de casa, Cristiane alega que os bloqueios devem ser retirados do local.
“Colocamos isso (estacas) hoje, ela já disse que é para tirar, disse que estou cerceando o direito das pessoas de ir e vir.”, disse. Segundo a moradora, muitos clientes estacionam em frente de sua casa, o que, segundo ela, a impede de entrar em casa. “As pessoas que ficam no bar bebendo colocam o carro na minha garagem, várias situações que me deixam irritada, agressiva, imagina você chegar em casa cansada da rua e não conseguir entrar”, finalizou.
Andreia destacou que o fluxo de pessoas no bar dura, em alguns dias, pelo menos até às 5h. Por meio do Direto das Ruas, destaca recorrendo a uma de suas câmeras de segurança, um homem que seria cliente do bar e que urina em frente de sua casa. Segundo as imagens, a gravação ocorreu por volta de 01h30 da manhã, em agosto deste ano.
Administração - Sobre os bloqueios entre as calçadas, a Semadur (Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Gestão Urbana) destacou que a denúncia quanto aos bloqueios foi encaminhada para o setor responsável pela fiscalização. A prefeitura orienta que, segundo o Artigo 11 do Código de Polícia Administrativa, ”é proibido embaraçar ou impedir por qualquer meio o livre trânsito de pedestres nas calçadas.”
A administração destacou que, caso a irregularidade seja constatada, o proprietário da casa é notificado e o morador tem prazo para o atendimento. “Transcorrido o prazo e a irregularidade permaneça no local, o proprietário do imóvel é então multado. A multa neste caso pode variar entre R$ 588,90 e 2.944,50.”, diz a Semadur.
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