Com dores, paciente em UPA é orientando a procurar tratamento privado
Exame de raios-X, segundo foi dito ao paciente, seria destinado a acidentes e traumas urgentes
Por três dias, o gerente de pet shop Douglas de Lima Vieira, 30 anos, sentiu dor na coluna e, quando a situação beirou o insuportável, foi até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino. Porém, diz que ficou quase na mesma: recebeu injeção para reduzir a dor e foi orientando a procurar atendimento particular, já que o exame de raios-X seria reservado a traumas urgentes.
Vieira contou que mora no Bairro Coophatrabalho e deveria ter ido ao posto na Vila Almeida, mas já sabia que lá não tem radiografia e, por isso, resolveu ir para a UPA Coronel Antonino. Chegou por volta das 14h na unidade, fez a ficha cerca de meia hora depois e, o resto da tarde, foi de espera.
“Posto estava lotado, me falaram que não tinha plantonista; rapaz da triagem me falou que chamaram médicos volantes para atender casos mais simples e reduzir a fila”, contou o gerente ao Campo Grande News. Nesse tempo, viu outros casos sendo priorizados enquanto ele aguardava, na cadeira de rodas.
Quando foi atendimento, por volta das 19h30, diz que o médico apenas fez algumas perguntas e disse que o problema, aparentemente, seria desgaste ósseo na coluna. “Nem sei dizer o termo técnico, sei que ele nem me examinou, me olhou e, da cadeira dele, me falou isso”, reclamou.
Sob prescrição, recebeu injeção contra dor e receita para outro remédio com mesmo fim e dois anti inflamatórios. Também foi orientado a procurar atendimento particular, já que o aparelho de raios-X da unidade era apenas para acidentes ou outros traumas de urgência. Pelo SUS, teria que voltar ao posto do bairro onde mora e pedir encaminhamento para agendar ortopedista, sem data prevista.
Hoje, ainda sob efeito da injeção que amenizou a dor e lhe deu noite de sono, está procurando atendimento particular e teme que o gasto com a consulta é só o começo. “Achei aqui ortopedista no Monte Castelo por R$ 150, isso sem falar em exames, eu a não tenho condições de fazer”, lamentou.
Em nota, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que o médico tem a total autonomia para definir o protocolo que deve ser adotado para cada quadro clínico.
Na ficha do paciente, segundo a secretaria, consta crise de lombalgia crônica agudizada, portanto, procedimento é ambulatorial, sendo feita, na unidade de urgência, a medicação para alívio da dor. O paciente também foi orientado a buscar a unidade básica de referência da região onde mora para encaminhamento a um ortopedista, realizando, assim, o tratamento contínuo.
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