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Direto das Ruas

Jovem não aceita diagnóstico e precisa ser escoltado para cumprir isolamento

Painel indicativo do teste para detecção da covid-19 apresentou uma linha forte e outra "muito fraca” gerando incertezas

Maressa Mendonça | 03/07/2020 15:51
Fachada do prédio da Secretaria Municipal de Saúde de Bandeirantes (Foto: Divulgação/Prefeitura)
Fachada do prédio da Secretaria Municipal de Saúde de Bandeirantes (Foto: Divulgação/Prefeitura)


Um agente funerário de 24 anos diz estar sofrendo preconceito no município onde mora após ser diagnosticado com coronavírus. O problema é que Jonathan Levi de Barros não está certo sobre o atestado positivo para a doença recebido no Hospital João Carneiro de Mendonça, localizado em Bandeirantes, a 70 quilômetros de distância de Campo Grande. Ele teve de ser escoltado pela polícia para cumprir o isolamento social.

À reportagem do Campo Grande News, Jonathan contou que há 10 dias apresentou um quadro de febre e dor de cabeça. Ele foi levado para o hospital, onde recebeu soro e vitaminas.

Na ocasião, ele conta ter solicitado a realização do exame para diagnóstico da covid-19, alegando ser agente funerário. Ele passou pelo teste rápido após ter sido informado pela médica que “dois riscos no equipamento” indicavam a presença do vírus.

Depois de 15 minutos de espera, o jovem pediu para olhar o visor equipamento,  semelhante ao do teste de gravidez, e percebeu um risco forte e outro “praticamente invisível”. A médica respondeu que o resultado era positivo para a doença.

Ele pediu para fazer outro para “ter certeza”, mas não recebeu autorização. Após a negativa, ele pensou em viajar para a Capital para fazer outra exame, mas não deu tempo porque ele foi escoltado pela Polícia Militar até em casa para cumprir o isolamento social.

Viaturas aguardam para escoltar jovem do hospital até a casa dele (Foto: Divulgação)
Viaturas aguardam para escoltar jovem do hospital até a casa dele (Foto: Divulgação)


“Só queria fazer um novo teste  para ter realmente certeza que testei positivo. Teste rápido já não é seguro e não ficou claro. Isso causa todo esse transtorno”, disse.

O transtorno a que ele se refere é o fato de eles estarem com dificuldade em comprar alimentos. Além de Jonathan estão em isolamento a esposa dele, pai, irmã e madrasta.

Segundo ele, com tanta gente impedida de sair fica difícil comprar alimentos e os mercados não querem fazer entregas lá com medo de os funcionários serem contaminados. “Aqui é uma cidade pequena. O pessoal passa aqui falando as coisas [xingando]  e a gente não tem assistência nenhuma”.

Outro lado - O prefeito do município, Álvaro Urt respondeu que todos os protocolos foram seguidos neste caso, reforçando se tratar de um caso positivo. “Dois médicos avaliaram e diagnosticaram a covid. Ele estava sintomático, mas conseguiu se recuperar. Foi feito o isolamento logo para não colocar em risco a sociedade”.

Urt disse se solidarizar com a situação do rapaz e entende que ele tenha ficado “chocado” com o diagnóstico. Em relação ao tratamento hostil que ele pode estar recebendo, o chefe do Executivo municipal comentou que a família dele é grande e pode auxiliar com as compras. Ainda segundo o prefeito, os mercados que atendem no sistema de delivery não se recusam a fazer as entregas.

Para Urt, falta um pouco mais de responsabilidade entre as pessoas no quesito isolamento social. “Descumprem as recomendações e depois querem que o Estado dê todo o suporte para resolver tudo. É preciso ter responsabilidade. Obedecer o toque de recolher, o isolamento social, usar máscaras”, finalizou.

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