Mãe reclama de gordofobia na escolha de uniforme de ginastas
Para as meninas magras o "look" é de body azul com branco, já as crianças maiores receberam camisetas largas
Mãe reclama de gordofobia na escolha de roupas de apresentação do Cefat (Centro de Treinamento de Ginástica). O modelo de roupa escolhido para apresentação das ginastas é um body azul de tamanho pequeno, que não serve nas crianças maiores e não é de tecido adaptável. Com a negativa das costureiras para ampliar o body, o Centro entregou camisetas de tamanho adulto para que as meninas de outros tamanhos se apresentassem.
A reclamação da mãe é de que o modelo destoa dos demais e "expõe" as crianças gordas a uma situação vexatória.
A empresária, de 32 anos, entrou em contato com o Campo Grande News, pelo canal Direto das Ruas, para contar que a filha começou a treinar ginástica rítmica no início de 2023 e no momento de apresentação final, que encerraria o primeiro ano de treinamento, se deparou com o que considera "situação gordofóbica".
A mãe comenta que em novembro o Cefat avisou aos pais que aconteceria a apresentação final e que as roupas seriam cedidas pela Caixa Econômica Federal, devido ao patrocínio. "Quando chegaram os uniformes, eu avisei ao professor que não servia. Ele disse que não tinha outro e falou para levarmos na costureira para aumentar", explicou a empresária. Ela relata que recebeu a negativa de diversas costureiras.
A mãe explica que se sente "impotente", pois não consegue ajudar a filha neste momento. "Que situação constrangedora. Como que patrocinam somente uniforme para crianças magras. Estou sentindo que todo trabalho que minha filha fez durante o ano foi inútil, a minha filha foi deixada de lado na hora da escolha dos uniformes", lamentou a mãe.
Segundo ela, a filha fazia balé na antiga escola e os professores adaptavam os maiôs ou escolhiam o melhor modelo para incluí-la nas apresentações. "Minha filha foi que nem uma princesa nas apresentações anteriores, ela não ficou diferente das outras meninas, e agora na Cefat, que é uma instituição muito maior, eles estão fazendo esse preconceito com a minha filha", finalizou.
O Campo Grande News entrou em contato com a Funesp (Fundação Municipal de Esporte), responsável pela Cefat, que informou que os uniformes distribuídos são uma doação realizada pela parceria com a Confederação Brasileira de Ginástica, junto à Caixa Econômica Federal, patrocinadora oficial da Confederação. Segundo a fundação, o caso da menina foi encaminhado para os fornecedores de uniforme da Confederação de Ginástica e a aluna será atendida.
"Ressaltamos enfaticamente que a Fundação repudia qualquer forma de discriminação e reforça seu compromisso com a promoção de um ambiente inclusivo e diversificado. A Fundação busca, incessantemente, proporcionar oportunidades iguais para todos os participantes, independentemente de qualquer característica pessoal", destacou a nota.
A Caixa Econômica Federal informou, por meio de nota, que e solicitou à CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) que entre em contato com a família para fornecer uniforme adequado à atleta. "O banco repudia todas as atitudes de preconceitos relacionadas à origem, raça, gênero, cor, idade, religião, credo, classe social, incapacidade física e quaisquer outras formas de discriminação", finaliza o texto.
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