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Direto das Ruas

Mulher se desespera ao encontrar filhotinhos doentes abandonados

Moradora acordou com choro de cãezinhos deixados em uma caixa em frente ao seu portão

Natália Olliver | 26/12/2022 16:22


Filhotes encontrados na frente de residencia no Bairro Estrela Dalva (Foto: Marisa Ferreira)
Filhotes encontrados na frente de residencia no Bairro Estrela Dalva (Foto: Marisa Ferreira)

Marisa Ferreira de Santana Gonçalves teve uma surpresa nada agradável na manhã desta segunda-feira (26). Encontrou sete filhotes de cachorro no portão da casa onde reside, no Bairro Estrela Dalva, região norte de Campo Grande. O abandono desesperou a mulher, que alega não ter condições para tratar dos bichinhos e retratou a situação com revolta. “Eles estão muito doentes, com sarnas e bichos”, disse.

A mulher chegou a pedir ajuda ao CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), mas teve o pedido o resgate dos animais negado. "Na teoria é tudo tão bonito e na verdade, não tive auxílio nenhum quando precisei. Fui muito mal tratada. É uma questão de saúde pública. Eu tenho crianças, meus netos pequenos, não posso abrigar eles. Estou morrendo de dó”, pontuou.

A denúncia chegou através do Canal Direto das Ruas, do Campo Grande News.

Ela conta que acordou às 5h30 com o choro dos filhotes no portão. “Eles devem ter em torno de 40 semanas. Escutei e fui olhar, eles estavam embaixo da árvore de amora, na frente de casa, dentro de uma caixa pequena de papelão”, falou.

Com medo que os animais fossem atropelados caso saíssem da caixa, Marisa abrigou a ninhada na área da residência. “A rua aqui é bem movimentada. Aí peguei a caixa e coloquei dentro do quintal, só que não posso ficar com eles porque não tenho condição. As pessoas que estavam na rua viram meu desespero, falaram que não pode mexer neles, por causa de doença, mas não sei pra onde mandar eles”, comentou.

Diante da negativa do CCZ de buscar os animais e da impossibilidade de levá-los para qualquer lugar, a moradora pede ajuda de protetores independentes e aos órgãos ligados à causa animal, para que os filhotes sejam tratados e acolhidos.

 “Eu quero ajuda, não sei o que fazer. Será que vou ter que sair batendo palma e oferecendo? Eu acho que isso é uma obrigação, uma questão de saúde pública. Eu esperava que eles acolhessem. Eles falam que a demanda é muito grande”, finalizou.

A reportagem entrou em contato com o CCZ para esclarecer os critérios de acolhimento. Em resposta a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), pasta responsável pelo setor, respondeu que existem alguns critérios para o serviço. Confira a nota na integra:

"Os recolhimentos ocorrem de maneira programada de acordo com a disponibilidade do serviço. Casos de maior urgência, como de animais em estado terminal, são priorizados. Além do recolhimento de animais agressores, em situação de rua e doentes, o CCZ faz o recolhimento de morcegos encontrados mortos para monitoramento de casos positivos para raiva.

Nos últimos dias, as demandas tiveram aumento importante, desta forma o atendimento acaba sendo impactado. O órgão orienta ainda, caso seja possível, que a pessoa leve os animais que não estejam dentro do critério de prioridade até o órgão, considerando a indisponibilidade de atendimento imediato", disse.

Consultas - Vale lembrar que Campo Grande conta, desde o início de dezembro, com uma UBEA (Unidade de Bem-Estar Animal), que realiza diversos atendimentos voltados à cães e gatos. O serviço é oferecido aos munícipes cadastrados no CadÚnico.

Além do atendimento clínico, o local realiza os serviços de microchipagem, vacinação antirrábica, vermifugação, controle antiparasitário e prescrição médico-veterinária.

Matéria atualizada às 17h53 para acréscimo de nota. 

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