No Setembro Amarelo, paciente reclama não ter aonde ir em dia de crise
Sesau orienta pacientes a irem até UPA ou CRS para receberem atendimento
Uma auxiliar de limpeza de 35 anos, que prefere não ser identificada, reclama por estar confusa e insatisfeita com o atendimento prestado a ela na rede pública de Campo Grande, quando tem crises provocadas por transtornos mentais. "Não sei mais aonde ir", desabafa.
Em pleno "setembro amarelo", a campanha relacionada à prevenção ao suicídio, ela diz aguardar há mais de um mês para uma nova consulta com psiquiatra no CEM (Centro de Especialidades Médicas) da Capital. Conseguiu fazer somente sessão com psicólogo, em agosto.
Com histórico de tentativa de suicídio, a paciente insiste em buscar ajuda e ter acesso a atendimento emergencial quando está em crise.
Ela alega ter procurado clínico geral na USF (Unidade de Saúde da Família) do Bairro Vila Nasser, onde mora, e no CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) mais próximo da residência, mas não ter conseguido. "No posto, eu já fazia acompanhamento e era ótimo, mas me disseram que não poderiam atender quando estava mal. No CAPS, eu já tinha ido antes, mas negaram atendimento", diz.
A auxiliar de limpeza compartilhou com o Direto das Ruas áudio de funcionária da USF, que explicava que o atendimento à última crise não poderia ser feito ali, já que houve relato de nova tentativa de suicídio. Ela foi orientada a procurar um CAPS, onde já não tinha tido sucesso em se consultar com psiquiatra. "Me senti negligenciada", disse.
Como funciona - Questionada sobre quantos psiquiatras mantém atualmente na rede pública de Campo Grande, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) não respondeu. Esclareceu, no entanto, como é possível obter atendimento psicossocial.
"Para ter atendimento na rede de atenção psicossocial, o paciente pode buscar a unidade de saúde de referência da região onde mora e solicitar um encaminhamento. Ele passará por uma escuta qualificada e será encaminhado, caso necessário, a um CAPS e, para isso, passará pelo sistema de regulação", explicou em nota.
Quanto a procurar o CAPS durante crises, a secretaria registrou: "as seis unidades de Campo Grande possuem atendimento 24 horas, assim, o paciente pode procurar a unidade de saúde em qualquer momento em caso de crise, e, da mesma forma, passará por uma escuta qualificada e, se necessário, será atendido por um psicólogo ou psiquiatra que estiver no local naquele momento".
O paciente em crise deve procurar, preferencialmente, uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) ou CRS (Centro Regional de Saúde). "Lá ele será atendido pela equipe local, que acionará também uma equipe móvel especializada para acompanhamento do paciente. Caso haja a necessidade, ele poderá ser regulado para a internação em um dos mais de 100 leitos da rede municipal de saúde destinados para esse tratamento", pontuou.
Direto das Ruas - O relato da auxiliar de limpeza foi enviado ao Direto das Ruas, o canal de interação dos leitores com o Campo Grande News.
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