Preocupada com filhos, mãe sai de casa após matar nove escorpiões

A auxiliar de cozinha Franciele Ramos, de 28 anos, decidiu deixar a quitinete em que vive com os três filhos pequenos após matar nove escorpiões dentro de casa. Depois do ocorrido nesta terça-feira (23), ela simplesmente saiu revoltada e está à procura de outro local para morar. Ela disse que o problema é antigo e era compartilhado com as outras 20 famílias que vivem em um conjunto habitacional na Vila São Jorge da Lagoa, na Capital.

“Eu já fui picada várias vezes, sempre fui ao médico, mas minha preocupação maior é com meu filho de 1 ano, se ele for picado eu não sei se aguenta”, falou. Campo-grandense, a auxiliar de cozinha disse que encontrou dez escorpiões somente no banheiro da casa e disse que identificou 23 escorpiões apenas em sua casa.

“Várias vezes falamos com a dona das casas, buscamos dedetizar, mas não nos ouvem. Sempre vamos até as unidades de saúde, no Centro de Zoonoses, mas dizem que as filas de espera estão todas ocupadas”, falou.

Ela disse que a decisão de sair foi justamente para evitar que algo mais grave acontecesse com seus filhos.

De acordo com a Prefeitura Municipal, até o dia 12 de dezembro último, foram 1.531 acidentes com animais que possuem peçonha, sendo: 1.239 envolvendo escorpiões, 61 com aranhas, 620 cobras, 20 lagartas, 75 abelhas e 74 outros animais que podem ser diferentes dos anteriores ou animais não identificados.

A recomendação é que a vítima de acidente com animal peçonhento procure uma unidade de saúde o mais rápido possível. Caso sejam encontrados na residência, sempre que possível, a medida correta é isolar o animal em um pote para posterior identificação, apenas se não houver riscos de novos acidentes, e ligar para o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) para obter orientações de manejo.

Nesses casos, os moradores podem, além da limpeza, instalar barreiras físicas para esses animais. Fechar o ralo da pia ou o de chão após a limpeza ajuda, assim como telas nas grades de escoamento de água.

Se, mesmo tomando todos esses cuidados, o morador ainda encontrar algum desses animais em casa, é recomendado fazer o recolhimento dele, colocando-o em um recipiente fechado, mas evitando o contato, e levá-lo ao CCZ, onde será feita a análise do espécime, principalmente em caso de acidente.

Serviço - Centro de Zoonoses (3313-5000, 2020-1796)

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