Rave "Pós-Libertação" reúne para 12 horas de festa e revolta moradores
Festa acontece neste domingo com previsão de ir até às 20 horas
Desde 8 horas deste domingo (7) rave é diversão de domingo para dezenas de pessoas em chácara de Campo Grande. O evento deve seguir a todo vapor até às 20h. Por apenas R$ 20 reais, convidados se divertem ao som de música eletrônica, sem uso de máscara, e em grupos de amigos. Tudo isso em meio a um novo crescimento na taxa de ocupação de leitos de terapia intensiva, que beira os 96% na Capital.
Moradores indignados enviaram a denúncia ao Campo Grande News, pelo canal Direto das Ruas. "Todo fim de semana tem, é um absurdo", diz leitor indignado.
A festa acontece no mesmo local que ocorreu outro evento, em 1º de fevereiro, e que foi noticiado pelo Campo Grande News depois de ser encerrado pela GCM (Guarda Civil Metropolitana). No dia, os fiscais informaram que a festa tinha mais de 300 pessoas, na mesma chácara Pandora, região do Ecovila, e foi finalizada por "excesso de pessoas" e que o "responsável foi notificado pela Vigilância Sanitária".
Questionado, o titular da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), Luis Eduardo Costa, reforçou apenas que "não existe esse tipo de autorização" para qualquer evento.
Evento estruturado - Na entrada, é feita aferição de temperatura e o álcool gel é oferecido aos convidados. Alguns dos profissionais responsáveis pela organização usam máscara de forma adequada, mas nem todos.
A preferência por fazer o evento durante o dia de domingo, conforme apuração da reportagem, se dá para evitar maior lotação, caso a festa fosse feita no sábado a noite, por exemplo.
Entre as pessoas que foram lá para curtir, ninguém estava com a proteção facial. Havia cerca de 180 pessoas no lugar, e bebida e lanches são vendidos.
O lugar fica em uma estrada de terra, que é acessada pela rodovia BR-163, depois de passar pelo Bairro Moreninhas. Por regra, motoristas de aplicativo não podem entrar no local para deixar quem vai a festa, e a organização se comunica via rádio.
Há pelo menos duas entradas, e o valor do convite é R$ 25 ou de R$ 20 mais quilo de alimento não perecível.
Lei - Decreto proíbe esse tipo de evento pago, mesmo fora do horário de toque de recolher. Libera só festas sem fins lucrativos e estabelece que até nesses casos não pode ter pista de dança, mas apenas a apresentação musical.
O responsável pela Semadur também menciona resoluções definidas pela pasta - essas que especificam que, para realizar um evento, é preciso pedir autorização com pelo menos 30 dias de antecedência, que será analisada Vigilância Sanitária.
Conforme publicação feita em site oficial da prefeitura, "eventos sociais, corporativos, culturais, religiosos, científicos e do agronegócio, quando autorizados a serem realizados, devem observar: distância mínima de dois metros em entre uma mesa e outra [...]; pontos de descontaminação com álcool em gel 70% em locais estratégicos e uso obrigatório de máscara durante a permanência, com a exceção apenas durante o consumo de alimentos".
Os responsáveis pela fiscalização também observarão o decreto 14.601, de 19 de janeiro de 2021, que determina que todos os estabelecimentos e atividades com atendimento ao público devem funcionar com lotação máxima de 40% (quarenta por cento) de sua capacidade. Além disso, está proibido o compartilhamento de objetos, inclusive narguilés e tererés"