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Direto das Ruas

Sem manutenção, elevador do HR quebra com paciente dentro

Problemas com equipamento são frequentes e funcionários também já ficaram presos

Tainá Jara | 08/12/2019 18:23
Funcionários tiveram que resgatar paciente por porta entreaberta do elevador (Foto: Reprodução/Direto das Ruas)
Funcionários tiveram que resgatar paciente por porta entreaberta do elevador (Foto: Reprodução/Direto das Ruas)

Vídeo de funcionários socorrendo paciente que ficou preso no elevador do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, circulou nas redes sociais neste domingo e revelou situação arriscada relacionada à locomoção dentro da unidade. Relato de quem circula pela unidade, no entanto, revela a frequência de episódios como este.

Conforme funcionária do HR, que preferiu não se identificar, há cerca de 15 dias apenas um dos elevadores é utilizado. “Eu fique presa no elevador durante uma hora. Não tinha ninguém para fazer a manutenção”, relatou. No vídeo, a porta do elevador aparece entreaberta. É por este espaço que quatro funcionários retiram um paciente e o transferem para uma maca.

De acordo com o presidente do Sintss-MS (Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social de Mato Grosso do Sul), Ricardo Bueno, funcionários há anos denunciam a situação. Ainda na gestão do ex-diretor, Justiniano Vavas, entre 2015 e 2018, se debatia a necessidade de troca dos equipamentos. “Além dos mais de 20 anos de uso, a empresa contratada para fazer a manutenção aparece apenas quando o elevador estraga”, afirma Bueno.

O maior temor dos funcionários é perder algum paciente, pois, o elevador corre o risco de quebrar durante algum socorro de emergência. Bueno lembra que setores com internações mais graves ficam justamente nos andares mais altos do prédio, como UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) e Uco (Unidade Coronariana). “O elevador é essencial para o funcionamento do hospital não só levando pacientes, mas transportando comida e roupas de cama”, relata.

Condições degradantes do hospital levaram os funcionários a aprovar indicativo de greve para a próxima terça-feira. Há meses o sindicato alerta para as péssimas condições de trabalho, o que motivou paralisação do PAM (Pronto Atendimento Médico) no dia 21 de novembro, durante uma hora no período da manhã e no período da tarde.

Para a direção do Sintss-MS, o sucateamento teria como objetivo a justificativa para a terceirização do HR, entregando a gestão pública à sanha dos lucros de uma OS (Organização Social de cunho privado), como funciona no Hospital de Ponta Porã, o primeiro terceirizado do Estado.

Na unidade do município distante 324 quilômetros da Capital, o contrato com o instituto Gerir foi rescindido em menos de três anos por atraso no pagamento de funcionários. Outra licitação está em andamento para contratação de R$ 54,3 milhões.

Veja o vídeo:

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