Sem data certa, HR quer R$ 22 milhões para abrir 10 leitos de UTI
Nova diretoria tomou posse e um dos anúncios é a construção de uma nova ala no Hospital Regional
O Hospital Regional quer nova cara. De forma literal, já que parte dos R$ 55 milhões em recursos anunciados para o hospital serão gastos nas paredes, para pintura. Ainda sem data certa para liberação ou para início das obras, desse total, R$ 22 milhões vão custear uma nova ala no hospital que aposta na abertura de 40 novos leitos, 10 deles de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
O detalhamento de todo o projeto de reforma e ampliação do HR foi realizado na manhã desta quarta-feira (6) durante solenidade de posse da nova diretoria do hospital, a segunda troca de gestão em 1 ano. Vai embora o médico Marcio Eduardo de Souza Pereira e entra, como nova diretora-presidente, a médica oncologista Rosana Leite de Melo.
Nova ala – Os recursos ainda não tem data certa para serem liberados, mas a previsão é que ainda este ano algumas das obras já sejam licitadas. Sem citar dias e meses, o secretário estadual de saúde Geraldo Resende falou que a “data final” para todos os projetos é até o final da atual gestão estadual, 2022.
O HR é palco de acúmulo de denúncias e investigações: atrasos e morosidade em licitações, falta de insumos, alto número de mortes, falta de pessoal, lotação na emergência e falta de leitos da UTI. Para este último, a aposta é a ampliação do hospital, em obra de construção de uma nova ala, o CRER (Centro de Reabilitação e Readaptação Estadual), e um novo serviço de traumatologia e ortopedia também será abrigado na nova ala.
São R$ 22.277.000,00 de recursos previstos, do Ministério da Saúde, para uma área de 10.462,51 com ambulatórios, centro cirúrgico, área de ensino e pesquisa, área de reabilitação, almoxarifado e farmácia, enfermarias e UTI adulto.
“Nós queremos que esse processo, no mais curto espaço de tempo, que nós possamos fazer a licitação no primeiro semestre do ano que vem. Obra pública geralmente demanda um tempo maior”, disse o secretário estadual de saúde, que citou “obra finalizada até 2021 para entrar em atividade até 2022”.
Sob nova direção – “O Márcio está precisando dar uma guinada. Sabíamos há mais de 5 meses que era um dos que entraram do PDV ”, disse o secretário. Resende negou que o médico deixe o hospital em razão da crise que envolve pedido de investigação sobre as 1.140 mortes registradas entre fevereiro e outubro. Márcio vai para o setor privado e aderiu ao PDV [Programa de Demissão Voluntária, do governo estadual].
“Estou encerrando um ciclo de 13 anos. Tive uma proposta há uns anos que não aceitei, e recebi novamente, às vezes a gente tem que tomar decisões mais racionais do que passionais. Só tenho agradecimentos”, falou o médico.
A nova diretora disse que está na equipe do hospital desde 2003. Citou, como “missão”, não só reduzir gastos, “mas é entregar serviço de real qualidade, quem sabe não seremos referência para o país”, comentou.
Para onde vão os recursos – A reforma do HR contempla projeto de 2015 para o setor de hemodiálise, que tem 435 m². Por ali são R$ 445.596,60 do Ministério da Saúde e R$ 644.861,21 do governo do Estado. Na (CME Central de Material Esterilizados), são R$ 704.400,00 do Ministério da Saúde e R$ 690.569,88 do governo do Estado para reforma.
Projeto que vem de 2016, a reforma da UTI pediátrica tem anúncio de R$ 634 mil de recursos do Ministério da Saúde e R$ 353.036,77 do governo do estado e a reforma da enfermaria da pediatria tem previsão de R$ 1.277.696,00 do governo federal R$ 442.028,11 do governo do Estado.
As reformas ainda contemplam centro cirúrgico: R$ 2.266.000,00 do Ministério da Saúde e $ 1.697.998,00 dos cofres estaduais, e a pintura externa que vai custar R$ 1.042.083,00 do governo federal e R$ 910.461,49 do governo do Estado. A reforma da enfermaria do 8º andar é projeto de 2017. Por ali a previsão é de 7 reformas em uma área de 7 21.609 metros quadrados. São R$ 2.566.400,00 previstos para liberação no Ministério da Saúde.
Equipamentos – O pacotão de recursos anunciados ainda contempla a compra de novos equipamentos para o HR. Dessa forma, a conta fecha assim: reforma e ampliação tem previsão de R$ 35.951.890,27 e equipamentos, de R$ 19.091.769,00.
“Os equipamentos para se ter uma ideia, são fruto de emendas impositivas, a bancada colocou no final do ano passado e é preciso empenhar até o final do ano, porque é obrigação do governo federal fazê-lo e assim que for empenhado nós já estamos abrindo processo licitatório para ter equipamentos de última geração no hospital regional. Obras geralmente demandam um tempo maior, porque é construído projetos e muitas vezes nós temos dificuldades para o encaminhamento no tempo que exige o serviço público, principalmente quando se relaciona na questão de saúde pública”, declarou o secretário de saúde.