Açougues vendem até 50% mais com gente estocando carne para churrasco em casa
Movimento nos estabalecimentos aumentou na semana, mas abastecimento está normalizado na Capital
As vendas em alguns açougues de Campo Grande aumentaram de 20% até 50% desde a terça-feira (17) por causa do avanço na procura por alguns tipos de corte por parte da clientela para estocar durante a quarentena. Isso principalmente nos bairros mais distantes do centro. Mesmo assim neste domingo, no dia do “sagrado churras”, o movimento nas lojas ouvidas pela reportagem do Campo Grande News, era considerado normal.
A opinião geral é de que o medo segurou um pouco os clientes em casa, já que muitos compraram os cortes para o churrasco da quarentena, antes do decreto da Prefeitura de Campo Grande. Mas ficar sem a "carninha" do domingão nem pensar.
Em um açougue situado no bairro Monte Castelo, o fluxo cresceu cerca de 50% desde a última terça-feira. Carne para bifes porcionada, carne moída, patinho, etc foram os mais procurados. “Nosso movimento avançou 50% desde a última terça-feira. “Percebemos que os clientes estão comprando para estoque de carne moída, bifinhos porcionados e até picanha para assar em casa”, diz a comerciante que não quis se identificar.
Até hoje ela conta que o abastecimento está normal. Compramos na segunda-feira então amanhã veremos como será o mercado e o abastecimento”, frisou.
Ela frisa que no açougue estão seguindo rigorosamente os cuidados com a saúde de clientes e trabalhadores. “Orientamos os funcionários a lavar a mão, constantemente. Tem álcool gel para clientes e funcionários e papel toalha para limpar carrinhos. Estamos bem tranquilos. Além disso redobramos a higienização, pedindo para cliente ficar no mínimo a um metro de distância”, salientou a gerente.
Movimento normal – Nas quatro lojas da rede Big Beef na Capital, o movimento está normal. De acordo com o gerente-geral da rede de açougues, Ailton Bernardino, nas lojas não falta nenhum tipo de corte. “Estamos com estoque da rede suficiente para abastecer as quatro unidades e estou confiante que os clientes e a população estará mais consciente nos próximos dias, parando com a vontade de comprar em grande quantidade", alegou.
Na loja da avenida Bandeiras ele mostra que improvisaram a entrada, reduzindo a cada 5 por vez, o número de clientes que entram no local.As por tas estavam todas abertas ara deixar o ambiente mais arejado, mesmo assim as faixas impediam a entrada e só uma estava liberada.
Bernadino diz ainda que o grupo fez um material de orientação que será distribuído indicando o espaço que as pessoas devem manter um das outras.
Em outra loja na Mato Grosso também não havia falta de produtos. Normalmente as compras são feitas na terça-feira para a semana. O fluxo na loja estava normal, segundo ele porque ele acha que a população está mais temerosa com o coronavírus. “Não dá pra prever se aumentou pessoal. O consumidor está preocupado realmente com a doença. Os que vêm a loja, mantém distância um do outros, além de tomar outras medidas de segurança”, destacou.
No local a maior procura hoje era pelos cortes de primeira, como picanha, filé mignon e coxão mole, alcatra, etc.
No estabelecimento é ofertado álcool em gel para os clientes, e houve aumento nos cuidados com higienização e funcionários, todos de máscaras de proteção. A direção ainda colocou cartazes na loja indicado as normas de segurança.
Na Casa da Linguiça, na Rua Brilhante, o encarregado do estabelecimento Alex Alencar disse que notou crescimento de 20% no fluxo de pessoas. “As pessoas estão estocando mesmo. Aqui a alta foi de cerca de 20%. Antes o gasto médio por compra é de R$ 40 a R$ 50 e nesta semana ficou em até R$ 100”, destacou lembrando que no açougue não tinha nenhum corte em falta.
O engenheiro Alex Dantas, de 32 anos, aproveitava hoje para comprar carne. Ele já esta com as atividades de serviços paralisadas. “Ficarei 15 dias em casa e hoje já aproveitei para levar o suficiente para mim, minha esposa e filha. Acredito que a quantidade vai dar para o período. É o suficiente para sair menos de casa”,alegou.
Frigoríficos - O empresário José da Cruz, que tem um frigorífico em Dois Irmãos do Buriti diz que vai reduzir pessoal, mas os abates devem ficar em 120 unidades por dia, ao menos por enquanto. Ele que abastece os açougues de Sidrolândia, Campo Grande e Aquidauana explica que o cenário pode mudar esta semana. “Mandamos os funcionários com mais idade para casa mas pro enquanto mantivemos os abates em 120 vacas por dia”, destacou.
Ele diz que as compras caíram um pouco, mas teme o período que vem pela frente. “Esta crise vai afetar toda a cadeia de produção. É uma situação melindrosa para o País inteiro. O comércio fechado, pode ter quebradeira. Mas vamos ver até onde vai”, sinalizou o empresário, que tem 74 anos e está se resguardando em casa e acompanhando os negócios somente à distância.
“O mercado é inesperado, meu temor é muita gente querer estocar em casa esta loucura. Não sabemos bem ao certo como vai ficar, mas temos que confiar em Deus e acreditar que isso vai passar”, conclui Cruz.
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