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Economia

Ajuda do Sebrae põe pequenos negócios no foco em bairros da Capital

Aline dos Santos | 19/07/2017 13:59
Marieda leva ajuda do Sebrae para Neuza, dona de loja de roupas no Santo Amaro. (Foto: João Paulo Gonçalves)
Marieda leva ajuda do Sebrae para Neuza, dona de loja de roupas no Santo Amaro. (Foto: João Paulo Gonçalves)

Com o talento para a venda “no sangue”, Neuza Aguiar, 58 anos, abriu há 18 meses uma loja de roupas no bairro Santo Amaro, em Campo Grande. E se sobra disposição para atender a clientela, ela reconhece dificuldades para lidar com temas mais sisudos, como o temido fluxo de caixa. Nesta quarta-feira (dia 19), a ajuda do Sebrae bateu à porta da Neuza Moda.

Proprietária e única vendedora, ela conta que não poderia fechar a loja, mesmo por algumas horas, para se deslocar até o serviço que apoia às empresas. “Abri a loja há um ano e meio, mas não foi planejado, não deu tempo”, diz.

Agora, ao identificar que a grande parcela dos comerciantes vizinhos, na rua Yokohama, também vende roupas femininas, percebeu que é preciso partir para um diferencial. “Somos muitas lojas nessa região e quase com a mesma mercadoria”, afirma.

Agente do programa Negócio a Negócio, Marieda Oliveira Aguiar percorre desde maio empresas da região Imbirussu, da avenida Júlio de Castilho até o distrito de Indubrasil. O trabalho é fazer diagnóstico, que abrange mercado, operações e vida financeira. A orientação é gratuita e resulta num plano de negócio.

Na prática, a maioria prefere abrir as portas e só depois se vê obrigada a organizar. Outro ponto crucial é que muitos misturam as finanças pessoais com a da empresa, o que dificulta a visualizar o lucro. No atendimento, o empresário recebe um Caderno de Ferramentas, com orientações de gestão.

Gustavo encampou ideia de cadastro para avisar clientes sobre promoções. (Foto: João Paulo Gonçalves)
Gustavo encampou ideia de cadastro para avisar clientes sobre promoções. (Foto: João Paulo Gonçalves)

Do outro lado da cidade, no bairro Nova Lima, uma dica chamou, em especial, a atenção de Gustavo Ramirez, 22 anos. “Ter o cadastro do cliente para avisar sobre uma promoção, por exemplo. A gente acostuma com o cliente vir até nós e não o contrário”, afirma Gustavo. Ele é estudante de Medicina no Paraguai, mas, quando está em Campo Grande, fica responsavel pela loja de roupas da família.

O comércio fica localizado na rua Jerônimo de Albuquerque, a via mais pulsante para negócios no Nova Lima, bairro na saída para Cuiabá. Pela rua, se avista supermercado em ampliação, lojas de cosméticos, roupas, suplementos alimentares, farmácias e salões de beleza.

No primeiro semestre, o Santo Amaro e o Nova Lima foram rotas do programa “O bom do bairro é o pequeno negócio”, em que o Sebrae leva atendimento itinerante para ajudar os pequenos comerciantes.

De acordo com o superintendente do Sebrae, Cláudio George Mendonça, foram atendidas 7.500 empresas nessa primeira rodada. O projeto retorna em 7 agosto, com atendimento no bairro Universitário.

Segundo ele, diante da crise financeira, quem tinha um ou dois funcionários acabou demitindo e assumiu novas funções. “Para a van (veículo com a estrutura de apoio do Sebrae) numa região e fica uma semana atendendo. O pequeno empresário não tem hoje uma estrutura de pessoas para poder sair e nos procurar”, afirma Mendonça, sobre a necessidade de ir aos bairros.

O Sebrae oferece mais duas opções: agendamento de visita à empresa (o interessado deve ligar 0800 570 0800) e atendimento online.

Com metodologia similar, o Negócio a Negócio auxilia no planejamento. “A meta é atender 10 mil empresas em Campo Grande”, diz o superintendente do Sebrae.

Mendonça destaca que Sebrae leva programas a bairros em momento de crise financeira. (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)
Mendonça destaca que Sebrae leva programas a bairros em momento de crise financeira. (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)
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